Sorocaba será a primeira cidade do interior de São Paulo a adotar o novo Programa de Casas de Acolhimento, Socialização e Autonomia, mais conhecido como Casas, já neste primeiro semestre de 2023. A iniciativa vai propiciar acolhimento, tratamento e acompanhamento às pessoas em situação de rua e que também sofrem com a dependência química. A assinatura do convênio que viabiliza a iniciativa, entre a Prefeitura de Sorocaba e o Governo do Estado, via Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Secretaria Municipal da Cidadania, ocorreu nesta quinta-feira (23), na capital paulista.
“O município de Sorocaba está sendo colocado pelo Governo do Estado como referência na luta contra a dependência química. Trata-se de um programa revolucionário que, ao longo de quase dois anos de duração, resgata a dignidade das pessoas assistidas. O objetivo é dar autonomia para que tenham condições de começar uma vida nova”, destacou o prefeito Rodrigo Manga, junto do secretário de Desenvolvimento Social do Estado, Gilberto Nascimento, logo após assinarem a parceria.
Ainda, participaram do ato os secretários municipais de Sorocaba, Clayton Lustosa (Cidadania – Secid) e Fernanda Burattini (Comunicação –Secom), além da coordenadora de Políticas Sobre Drogas da Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado, Eliana Borges, e o assessor de gabinete da pasta, Roberto Santos. Pela Secid de Sorocaba, estiveram a diretora de Área Ana Cláudia Fauaz e o chefe de Divisão Jaime Rodrigues.
Atualmente, o novo modelo de casas terapêuticas já funciona em São Paulo, Osasco e Guarulhos, tendo como objetivo tirar a pessoa da condição de rua e tratar a dependência química. Para Sorocaba, inicialmente serão disponibilizadas 45 vagas, voltadas ao público masculino, sendo que haverá chamamento público para escolher a Organização da Sociedade Civil (OSC) que administrará o novo serviço na cidade. Após, poderá vir à cidade igual serviço para o público feminino que, enquanto isso, pode ser encaminhado a outras unidades do programa, para acolhimento e reabilitação.
As pessoas acolhidas serão atendidas em três unidades em Sorocaba. “Serão três casas, que funcionarão como lares, cada uma referente a uma etapa do tratamento. A definição do plano de atuação do programa vai incluir a seleção desses imóveis, em bairros centrais da cidade e de fácil acesso ao transporte coletivo e aos serviços públicos, uma vez que a meta final é a reinserção da pessoa no mercado de trabalho e na sociedade”, explicou o secretário de Estado.
A primeira fase do “Casas”, chamada de Acolher, a atender 10 pessoas em Sorocaba, será voltada ao acolhimento da pessoa em situação de rua com dependência química, para aprender a cuidar de si mesma e do ambiente onde vive, ao longo de aproximadamente 30 dias. A seguinte etapa, denominada “Despertar”, será voltada a 20 pessoas e terá duração de 60 dias, com atenção ampliada voltada à saúde e retomada da escolaridade. O acolhido receberá bolsa-auxílio e, ainda, apoio e orientação para ingressar no mercado de trabalho, sempre sob o acompanhamento da equipe terapêutica. A terceira etapa, intitulada “Transformar”, pode durar de seis a nove meses, direcionada a preparar a pessoa para morar sozinha, ter autonomia e capacidade para gerir sua vida, com a inserção dela no mercado de trabalho.
“Desde o início, há uma oferta integral de apoio a cada indivíduo. Em todas as fases e mesmo depois da última, por mais um ano, a pessoa ainda tem o acompanhamento de equipes de referência, a fim de evitar recaídas, para reconstruir suas habilidades sociais. Inclusive, lazer e diversão fazem parte dos contextos trabalhados, assim como a comunicação não-violenta”, apontou a coordenadora de Políticas Sobre Drogas da Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado.
Assim, as casas terapêuticas terão um fluxo rotativo de acolhidos: assim que um termina uma etapa e segue para a próxima, é liberada vaga para que outra pessoa inicie o ciclo. Em média, cerca de 100 pessoas terão acompanhamento na cidade, depois que a iniciativa estiver implementada em todas as suas fases.
Segundo o secretário da Secid de Sorocaba, o programa “Casas” adota uma visão inovadora e humanizada ao cidadão em situação de rua e que sofre com o problema das drogas, dando a ele nova oportunidade de vida. “Aliás, tal conceito é exatamente o que propõe a atual Administração Municipal, dentro do seu preceito de ser Sorocaba uma cidade humanizada e inovadora, a exemplo do trabalho já desenvolvido pelo programa local ‘HumanizAção’”, complementou.
O próximo passo do Governo do Estado, que já está em fase de estudo, é oferecer o mesmo atendimento especializado ao público feminino, que também se encontra em situação de rua e de dependência química. “Estamos também de olho nisso e, assim que liberado, vamos solicitar também essa iniciativa. Queremos dar um novo sentido à vida para essas pessoas, uma oportunidade de recomeçarem. O Poder Público está fazendo a sua parte e apostamos que um projeto dessa envergadura se torne referencia, não só no Estado, como em todo o País”, finalizou o prefeito Rodrigo Manga.