O cloridrato de fluoxetina, também conhecido como Prozac, é um antidepressivo que pertence à classe dos Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS). Ou seja, ele aumenta a quantidade da serotonina no cérebro, que é um neurotransmissor responsável por regular o comportamento, a atenção, o humor, a memória e o apetite.
Na maioria das vezes, a fluoxetina é recomendada para o tratamento da depressão e ansiedade. Contudo, segundo a Dra. Lívia Beraldo, psiquiatra do Hospital Santa Paula, o medicamento também pode ser utilizado em casos de transtornos de personalidade, estresse pós-traumático, distúrbios alimentares e TOC (transtorno obsessivo-compulsivo).
Dosagem da fluoxetina
A dosagem da fluoxetina deve ser estabelecida de forma individualizada e sempre recomendada por um médico. “Fatores como idade, sexo, intensidade dos sintomas e comorbidades são importantes na decisão”, explica o psiquiatra Dr. José Napoleão Cavalcante.
Benefícios do antidepressivo
Além de controlar os sintomas de diferentes transtornos mentais, a fluoxetina também oferece outros benefícios para a saúde. Segundo o Dr. José Luis Oliveira, psiquiatra da rede Kora Saúde e diretor da APES (Associação Psiquiátrica do Espírito Santo), o uso do medicamento está relacionado a um melhor funcionamento dos sistemas endócrino, gastrointestinal e imunológico.
Efeitos colaterais da fluoxetina
Conforme relata a Dra. Lívia Beraldo, os principais efeitos colaterais da fluoxetina são:
- Diminuição do apetite;
- Sonolência;
- Dor de cabeça;
- Insônia;
- Ansiedade;
- Fraqueza;
- Náusea;
- Diarreia.
A médica psiquiatra também alerta que os efeitos colaterais e suas intensidades variam de pessoa para pessoa. Por isso, consultar um médico antes de utilizar essa medicação é muito importante.
Fluoxetina pode causar dependência?
A Dra. Lívia Beraldo explica que os antidepressivos que atuam sobre a serotonina, como a fluoxetina, ou aqueles que atuam sobre a serotonina e noradrenalina ao mesmo tempo, não apresentam riscos de dependência.
Ainda, o Dr. José Napoleão Cavalcante acrescenta que algumas pessoas manifestam uma síndrome ligada à retirada do medicamento. No caso, “elas têm a impressão de que estão viciadas na medicação por piorarem após a interrupção, mas isso não significa que exista dependência à substância”, esclarece. Dessa maneira, antes de realizar o desmame do medicamento, isto é, parar de utilizá-lo, é importante consultar um médico.
Cuidados com o uso da fluoxetina
Apesar de a fluoxetina ser considerada uma medicação segura e sem riscos de dependência, ainda é necessário tomar alguns cuidados na hora de utilizá-la. “Antes de mais nada, é preciso passar por uma avaliação médica e receber uma prescrição para iniciar o tratamento. Nessa avaliação, o médico deve levar em conta a indicação terapêutica para orientar as necessidades do paciente”, analisa o Dr. José Luis Oliveira. Além disso, a Dra. Lívia Beraldo afirma que é essencial que o paciente use o medicamento conforme a prescrição e não interrompa a utilização sem a devida orientação médica.
Combinação com outros medicamentos
Embora a fluoxetina possa ser combinada com diversos medicamentos, há alguns que devem ser evitados. A Dra. Lívia Beraldo lista os remédios que alteram ou diminuem o efeito do antidepressivo:
- Diazepam;
- Lítio;
- Amitriptilina;
- Bupropiona;
- Propranolol;
- Varfarina;
- Fenelzina;
- Isocarboxazida;
- Tranilcipromina;
- Ácido acetilsalicílico.
Quem não pode usar a fluoxetina?
Segundo as informações presentes na bula, a fluoxetina é contraindicada para gestantes, lactantes e pessoas que apresentam hipersensibilidade ao princípio ativo do remédio ou a qualquer outro componente de sua fórmula. A Dra. Lívia Beraldo ainda ressalta que é preciso atentar-se ao uso do antidepressivo em casos de doenças cardíacas, glaucoma, diabetes e epilepsia.