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3 de setembro de 2024

Administração Manga tem avaliação ruim em índice de eficiência

Por má aplicação de recursos na área da saúde, população padece com atendimento ruim. Foto: Reprodução/Vídeo da leitora

Em pesquisa do Datafolha, com mais de 5 mil municípios, a administração da cidade é considerada “ineficiente” no uso de suas receitas, de um modo geral. Na saúde, está em 4.502º lugar.

Apesar da propaganda do prefeito Rodrigo Manga, de que Sorocaba teria uma das melhores administrações do País, pesquisa feita pelo Instituto Datafolha, a pedido do jornal “Folha de São Paulo”, divulgada na terça-feira (3), mostra que Sorocaba está em 518º lugar no ranking de cidades brasileiras mais eficientes, que direcionam os recursos públicos disponíveis em programas e projetos para o bem da população. Se no geral a classificação é ruim, na saúde Sorocaba está em 4.502º lugar, entre os 5.281 municípios analisados.

O estudo analisou o atendimento das prefeituras nas áreas de saúde, educação e saneamento, tendo como determinante para o cálculo de eficiência na gestão a receita per capita de cada cidade. Como já dito, Sorocaba ocupa o 4.502º lugar no quesito saúde, 1.036º lugar em ações para a educação e 28º lugar em saneamento. No uso racional da receita do município, Sorocaba está na 2.507ª posição.

Além de separar esse conjunto de municípios em quatro categorias: eficiente, alguma eficiência, pouca eficiência e ineficiente, o trabalho traz vários outros indicadores – como o grau de dependência de cada prefeitura para com os recursos da União e dos Estados, o aumento do funcionalismo na última década e em quais áreas a cidade se sai melhor ou pior. Com os índices obtidos, Sorocaba é considerada “ineficiente” no uso de suas receitas, de um modo geral, e “pouco eficiente” no uso de seus recursos em saúde. Com o 518º lugar no ranking, o estudo considera que a cidade tem “alguma eficiência” na gestão de seu orçamento.

Caos na saúde
A população faz várias denúncias ao Porque sobre a situação da saúde em Sorocaba, e o índice confirma uma posição ruim. De acordo com o levantamento, 51% dos domicílios sorocabanos não são cobertos pela rede pública de saúde.
Confira aqui algumas informações:

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Sem vagas em creche
Sorocaba tinha, em meados de 2022, 2.348 crianças aguardando vaga em creche, sendo 186 crianças para berçário, 823 crianças para creche I, 768 crianças para Creche II e 571 crianças para creche III. Esses dados constam de uma resposta do Executivo, datada de 1º de junho de 2022, ao Requerimento nº 1.033/2022, de autoria de um vereador.

Convidados a participarem do processo de elaboração do projeto da Lei Orçamentária Anual para 2025, por consulta virtual, sorocabanos solicitaram a ampliação das vagas em creches fundamentada na informação de que havia mais de 2 mil crianças aguardando vagas. Entretanto, a resposta da Secretaria de Educação à sugestão da população para a LOA 2025 foi que, atualmente, não há déficit de vagas nas creches.

Verbas vindas de governo federal e estadual
A pesquisa aponta que 43% da receita de Sorocaba vem do governo federal ou estadual. Do total de sua receita própria e mais os repasses dos governos, Sorocaba destina 20% de sua verba para a educação e 23% para a saúde, mais 1% para a Câmara Municipal. Foi considerada a receita municipal de R$ 4,1 bilhões, com ano referência de 2022, conforme levantou o estudo.

Faltam servidores municipais
Outra informação levantada pelo Datafolha diz respeito à quantidade de servidores municipais. São 10.712 pessoas trabalhando para quem mora em Sorocaba. De 2015 até 2021, houve queda de 3,42% no número de servidores, o que impacta negativamente no atendimento dos serviços públicos.

Exemplo disso é que, recentemente, o MP (Ministério Público) ingressou com uma ação civil contra a Prefeitura de Sorocaba para exigir da Justiça que o governo municipal mantenha ao menos um professor por sala de aula da educação infantil, durante todo o período letivo.

Fonte: Fabiana Blaseck Sorrilha – Portal Porque: https://www.portalporque.com.br/sorocaba-regiao/administracao-manga-tem-avaliacao-ruim-em-indice-de-eficiencia/