De acordo com o TJ, a prisão em flagrante de Manrique foi convertida para preventiva
O advogado Sérgio Raposo do Amaral, responsável pela defesa do empresário Leandro Luiz Manrique — indiciado por matar o aposentado Antônio Carlos Juliano durante show do cantor Fábio Júnior na madrugada de sábado (30) –, informou que vai entrar com pedido de habeas corpus nesta terça-feira (2) para que seu cliente responda o processo em liberdade. De acordo com o Tribunal da Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), a prisão em flagrante de Manrique foi convertida para preventiva. Dessa forma, o agressor segue encarcerado no decorrer do inquérito policial instaurado.
No sábado, familiares afirmaram ao Cruzeiro do Sul que Antônio era advogado. Entretanto, a defesa de Manrique alegou que a vítima, na verdade, seria estudante de direito e atuava na área como estagiário.
A reportagem procurou pela inscrição do aposentado na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mas nenhum registro foi encontrado. Conforme consta do boletim de ocorrência, o agressor teria atacado o aposentado com socos e chutes durante evento no Clube de Campo de Sorocaba. Além disso, o indiciado teria pisado em sua cabeça enquanto ele agonizava no chão.
Amaral alegou que a versão retratada na ocasião não condiz com a realidade. Segundo o advogado, Antônio estaria alcoolizado e teria chegado “dando carteirada” na fila para autógrafos do artista. No momento, Manrique, conforme diz a defesa, esperava sua esposa voltar do banheiro. O aposentado estaria voltando da fila, quando começou a discutir com o agressor. “Ele [Antônio] estava exaltado. A vítima voltava da fila quando começou o tumulto, disse: ‘O que você está olhando?’ e empurrou o Leandro. Ele apenas revidou. Não houve pisoteamento como estão falando”, declarou.
Um amigo da vítima também teria se envolvido no conflito. Ele teria dado uma cabeçada em Manrique, que resultou em uma fratura nasal. A defesa ainda desmente versões que acusam seguranças do clube de terem agredido tanto o empresário quanto o aposentado. “Leandro não tentou fugir e ficou no local até a chegada da polícia. Ele não teve a intenção de agredir. Essa vítima já foi membro da diretoria do clube, chegou dando carteirada. Gritou para chamar o Fred, vice-presidente, e as pessoas da fila começaram a vaiá-lo. O Leandro estava no lugar errado e na hora errada”, concluiu.
No dia dos fatos
No dia da agressão, Manrique foi detido e imobilizado por pessoas que estavam no clube até a chegada da Polícia Militar. Quando os PMs chegaram, ele foi preso e levado à delegacia, onde foi lavrado o flagrante pelo crime de homicídio qualificado. Isso porque, além de desferir chutes e socos, o agressor também teria pisado na cabeça da vítima. “É de se reconhecer, no caso em tela, a intenção do acusado (animus necandi), pois, ao pisar com força a cabeça da vítima, assumiu o risco de provocar o resultado morte, que aliás ocorreu, com a vítima vindo a falecer”, declarou o delegado Carlos Alberto de Oliveira.
Fábio Júnior lamenta
O cantor Fábio Júnior lamentou a morte de Antônio Carlos Juliano, de 63 anos, por meio de uma nota de pesar publicada em suas redes sociais na manhã desta segunda-feira (1º). “O show do cantor, que aconteceu na sexta-feira, dia 29, fluiu normalmente durante a noite para uma plateia afetuosa e vibrante. Nos solidarizamos muitíssimo com as famílias envolvidas nessa fatalidade, desejando luz e paz nesse momento”, escreveu a equipe do artista. (Wilma Antunes)