Cultura

19 de abril de 2022

Em Ilhéus, Alimenta Brasil amplia diversificação de cultura na “Terra do cacau”

Agricultores familiares do município baiano encontram no programa do Ministério da Cidadania incentivo para a produção de banana, mandioca, farinha, além de hortaliças

Aregião de Ilhéus (BA) é conhecida por grandes plantações de cacau. Nos últimos 30 anos, a região sofreu com a disseminação da praga vassoura-de-bruxa, que atacou lavouras, dizimou safras e reduziu a produção. Desde então, muitos pequenos agricultores desanimaram e desistiram de produzir. Nos últimos tempos, contudo, a região vive uma transformação. A monocultura passou a abrir espaço para a diversificação no plantio. E um dos ingredientes para incentivar essa mudança é o Alimenta Brasil.

O programa do Governo Federal compra diretamente a produção do agricultor familiar e doa para entidades como creches, escolas públicas, restaurantes populares, cozinhas comunitárias e instituições da rede socioassistencial.

É notória a mudança de hábito dos agricultores em relação à diversificação de cultura. Estamos quebrando o paradigma da monocultura do cacau”

Maciel Silva, coordenador do Alimenta Brasil em Ilhéus (BA)
“É notória a mudança de hábito dos agricultores em relação à diversificação de cultura. Estamos quebrando o paradigma da monocultura do cacau”, afirma o coordenador do Alimenta Brasil em Ilhéus, Maciel Silva.”

Segundo ele, os agricultores locais passaram a destinar espaços de plantio para banana, mandioca, farinha, além de verduras e legumes. “Essa diversificação é resultado direto do trabalho que vem sendo desenvolvido no município pelo Alimenta Brasil”, avalia.

A transformação é visível nas terras dos agricultores familiares da Associação e Projeto Unidos de São Bento. Eliane Coutinho, presidente da entidade e produtora rural, explica que o programa do Governo Federal teve papel estratégico de estimular o agricultor rural a voltar a produzir.

“O povo andava desestimulado, sem esperança. Quando a gente começou a participar do Alimenta Brasil, as pessoas voltaram a plantar, o povo começou a viver melhor, a se alimentar melhor. Passamos a ter mais ânimo”, conta Eliane Coutinho. “A gente produz com a certeza de que vai ter o dinheiro, além de ajudar a alimentar outras pessoas que precisam. É um programa completo”.

Em todo o país, o Alimenta Brasil envolve 43,5 mil agricultores familiares e foi responsável, em 2021, pela doação de 60,5 mil toneladas de alimentos, entregues a 8.945 entidades. Em 2022, o valor anual pago pelo Governo Federal para cada agricultor familiar nas modalidades compra com doação simultânea e compra direta saltou de R$ 6,5 mil e R$ 8 mil para R$ 12 mil.

Já os limites para incentivo à produção e ao consumo de leite e à compra institucional passaram de R$ 20 mil para R$ 30 mil. Para cooperativas, o limite anual aumentou nas modalidades Apoio à Formação de Estoque, de R$ 1,5 milhões para R$ 2 milhões, e Compra Direta (de R$ 500mil para R$ 2 milhões).

Os agricultores interessados em vender as plantações para o programa devem procurar a prefeitura ou o órgão local de assistência técnica para verificar se o município tem o Termo de Adesão formalizado com o Ministério da Cidadania e quando será feita a seleção dos agricultores que participarão do programa.

(Com informações da gov.br)