Nos últimos anos, muito foi discutido sobre as formas em que podemos ajudar o planeta: desde plantar árvores, evitar plástico a adotar a moda sustentável. Práticas importantes, mas que não chegam à raiz do problema da emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE). Estatisticamente, os carros a combustão são responsáveis por 72,6% da emissão de GEE, e, segundo especialistas, motos podem poluir até 17 vezes mais. Caso esteja desregulada, ela pode poluir até 50 vezes mais que um veículo.
Uma opção para diminuir a concentração de carbono e outros gases no ar é optar por veículos que não emitem poluição, como é o caso daqueles que fazem parte da micromobilidade elétrica. Entre eles, podemos citar o modelo scooter elétrica, veículo de transporte cômodo, fácil manejo e barato, de duas rodas, no qual o condutor condiciona as suas pernas para a frente de seu tronco, sobre uma plataforma, em vez de para os lados, como ocorre nas motocicletas.
A mobilidade elétrica, ou e-Mobility surge como uma resposta à necessidade de alternativas mais sustentáveis, que apenas os veículos elétricos podem representar, para empresas e indivíduos, tanto a primeira aquisição como uma opção para a substituição parcial ou total de frotas que funcionam à base de combustíveis fósseis.
“Só no Brasil, temos 1,5 milhão de motoristas e entregadores de produtos usando veículos a combustão. Precisamos repensar o nosso principal meio de locomoção, para termos chances de recuperar um planeta que corre cada vez mais riscos de detrimento. Quando aplicamos essas estatísticas no mundo real, podemos ter uma visão da proporção do problema. Com a possibilidade de emissão zero de CO2 e dos nocivos óxidos de nitrogênio, os benefícios de uma transição para a mobilidade elétrica são indiscutíveis em uma visão macrológica”, diz Cássio Henrique Bovo, presidente da Associação Brasileira de Mobilidade Elétrica (ABME).
A queima de combustíveis fósseis – especialmente diesel e gasolina – pelos meios de transporte responde por 13,8% das emissões brasileiras de GEE, sendo a sua principal fonte de emissão nas cidades. Tecnologias dominadas e difundidas nacionalmente, como o etanol e o biodiesel, podem mitigar estes efeitos flagelantes, mas os veículos elétricos são os mais eficientes na eliminação dessa fonte de GEE, na redução de emissões de poluentes como um todo e da poluição sonora.
“O Brasil possui uma meta, estabelecida em sua Contribuição Nacionalmente Determinada (Nationally Determined Contribution, NDC) após a Conferência das Partes de 2015 (COP 21), em Paris, e a assinatura do Acordo de Paris, de diminuir a emissão dos GEE em 43% até 2030 com relação aos níveis de 2005. A fase de implementação teve início em 2020 e a micromobilidade da qual as scooters elétricas fazem parte podem contribuir muito com isso”, destaca o presidente da ABME.
Para ele, investir em mobilidade elétrica é uma forma mais rápida de diminuir as concentrações de CO2. “Mesmo que estejamos investindo no plantio de árvores, um exemplar demora anos para crescer e ajudar a filtrar o ar. Já um veículo elétrico faz isso de forma imediata”, opina.
Bovo também destaca que há uma conscientização e movimentação crescente da população dos grandes centros urbanos brasileiros por uma melhor qualidade do ar, com a intensificação da demanda por redução de poluentes em prol de seu bem-estar.
Os benefícios da mobilidade elétrica não param por aí. Além de emitirem 20% menos calor e potencial para reduzir a temperatura urbana em até 1ºC, os ciclomotores elétricos são nossos principais aliados para um melhor meio ambiente.