O objetivo é promover ética e transparência nas comunicações
Na última terça-feira (13), o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou uma significativa revisão da Resolução nº 2.336/2023, que trata da publicidade médica. Essas novas diretrizes entrarão em vigor 180 dias após sua publicação no Diário Oficial da União e têm como principal meta promover a ética e a transparência nas formas de comunicação dos médicos nos meios de comunicação.
Principais Mudanças com a Resolução n° 2.336/2023
Uma das alterações de maior destaque reside no empenho em proporcionar diretrizes mais claras no que diz respeito à publicidade médica, abrangendo tanto os meios online quanto os offline. O CFM está empenhado em assegurar que os médicos disponham de orientações precisas quanto ao que é considerado publicidade médica.
- Utilização de depoimentos de pacientes
Atualmente, os médicos têm a possibilidade de incorporar depoimentos de pacientes em materiais de marketing médico, a fim de evidenciar seu comprometimento com a prestação de cuidados de qualidade. Contudo, há diretrizes estabelecidas para evitar qualquer exagero ou deturpação na apresentação desses depoimentos. Essas diretrizes incluem critérios como a pertinência à especialidade do médico, a integridade das imagens utilizadas e a inclusão de informações educativas que engloba orientações terapêuticas e aspectos relevantes.
- Interação com pacientes em plataformas de mídia social
Se um paciente compartilhar agradecimentos pelo atendimento em suas próprias redes sociais, o médico tem permissão para republicar esses elogios e depoimentos em suas próprias contas de mídia social. No entanto, a resolução destaca que esses depoimentos devem ser apresentados de forma sóbria e não devem incluir adjetivos que insinuam superioridade ou promessas de resultados.
- Apresentação de qualificações em redes sociais
A resolução oferece diretrizes para a divulgação das áreas de especialização dos médicos. Aqueles com qualificações de pós-graduação lato sensu podem destacar essa formação pedagógica, acompanhada da indicação “NÃO ESPECIALISTA” em letras maiúsculas. Já o título de especialista é reservado aos profissionais que tenham concluído programas de residência médica ou tenham sido aprovados em exames conduzidos por uma sociedade de especialidade associada à Associação Médica Brasileira (AMB).
O desafio da responsabilidade nas redes sociais médicas
No cenário atual, as redes sociais desempenham um papel crucial na promoção de diversas profissões, e a medicina não é exceção. No entanto, as recentes atualizações nas diretrizes de publicidade médica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) destacam um desafio importante que os médicos enfrentam ao utilizar essas plataformas: a responsabilidade. Portanto, se faz fundamental que os profissionais de saúde se orientem sobre o uso responsável das redes sociais, evitando disseminar informações médicas imprecisas ou não comprovadas.
Essas mudanças nas diretrizes de publicidade médica exigem que os profissionais de medicina se adaptem, revisando suas estratégias de marketing médico para cumprir as novas regulamentações. A adaptação a essas novas diretrizes não é apenas uma questão de conformidade, mas também uma oportunidade para fortalecer a confiança entre os médicos e seus pacientes.
Segundo a dermatologista Vanessa Mutton, especialista em cirurgia de restauração capilar, a resolução representa um avanço na comunicação entre médicos e pacientes, uma vez que possibilita aos médicos a divulgação eficaz de seu trabalho. “Com essa nova resolução, teremos a capacidade de apresentar os resultados de forma mais personalizada. Anteriormente, não era viável compartilhar imagens de antes e depois, o que dificultava o processo de tomada de decisão por parte dos pacientes. Além disso, com as novas diretrizes, será obrigatório divulgar as especializações médicas nas redes sociais, o que contribuirá para o aumento da credibilidade dos profissionais qualificados”, conclui a médica.