Bem-Estar

8 de setembro de 2022

Oficina em Sorocaba vai promover o diálogo sobre ciclo menstrual

Marcado para 10/09, das 14h às 17h30, o encontro será facilitado pela educadora Silvana Guerreiro, fundadora do negócio de impacto “Educadora Menstrual”; 30% do valor de cada inscrição será revertido para projeto social que oferece atividades gratuitas a comunidades em situação de risco

Estão abertas as inscrições para a oficina “Meu Ciclo, Meu Guia”, que acontecerá no dia 10/09 no coworking MÖRE CoSpaces, em Sorocaba (SP). O encontro será um espaço de escuta e conhecimento sobre ciclo menstrual, corpo, saúde e autocuidado. A facilitação será feita pela educadora Silvana Guerreiro, fundadora da Educadora Menstrual, um negócio de educação e saúde menstrual criado para tornar natural o diálogo sobre este tema, contribuindo para a quebra de tabus, a dignidade e a emancipação das pessoas que menstruam. 

A oficina é destinada a quem deseja acompanhar o ciclo menstrual entendendo suas fases e manifestações e descobrindo as potencialidades delas, para ter produtividade mais positiva na rotina diária, além de melhorar o desenvolvimento pessoal. Também serão abordados os desafios que se apresentam em cada fase do ciclo, como respeitá-los e minimizar o estresse vivido nas fases pré-menstrual e menstrual. 

“Vemos as pessoas tratando a menstruação como uma escolha e não como algo natural. Longe de romantizar a menstruação, mas é importante trazer para reflexão de que há um interesse em manter as pessoas distantes do seu corpo e do seu ciclo porque aquelas que têm essa consciência, têm autonomia e poder de escolha para questionar aquilo que acontece com elas”, afirma Silvana.   

As inscrições estão disponíveis na página https://bit.ly/meuciclomeuguia e 30% do valor de cada inscrição será revertido para o EmanCicla, um projeto social de educação menstrual que atende e beneficia gratuitamente adolescentes, jovens e adultas que menstruam, visando a contribuir para a promoção de igualdade de gênero, desenvolvimento pleno e para o enfrentamento da Pobreza Menstrual e buscando impactar positivamente a vida das pessoas que se encontram em situação de risco na região do Vale do Ribeira, litoral sul de São Paulo. 

Falar em pobreza menstrual também é falar sobre falta de acesso à informação

Para Silvana, é importante falar sobre menstruação para romper os tabus sobre o assunto e difundir conhecimento para incentivar o poder de escolha, a consciência e a autonomia sobre os corpos. Um dos temas indissociáveis dessa discussão é a pobreza menstrual: um fenômeno complexo, transdisciplinar e multidimensional, vivenciado não só devido à falta de acesso a recursos e infraestrutura, como ao conhecimento. A falta de acesso à informação de qualidade expõe as pessoas que menstruam ao sentimento de vergonha e alimentam mitos em torno do tema, além de trazer dificuldade para socialização com familiares e seus pares, o que impacta diretamente na autoestima. 

No relatório “Pobreza menstrual no Brasil: desigualdades e violações de direitos”, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) salientaram que garantir os direitos menstruais é essencial para “contribuir para a promoção da saúde e dos direitos sexuais e reprodutivos, do direito à água e saneamento, da equidade de gênero e da autonomia corporal, condições para que todas as pessoas que menstruam desenvolvam seu pleno potencial”. 

Publicado em 2021, o documento apresenta a educação menstrual como caminho para que as pessoas que menstruam conheçam seu próprio corpo, seu ciclo menstrual e, consequentemente, haja promoção de bem-estar e saúde. “Esse conhecimento deve levar a superar mitos de inferioridade feminina que apontam a menstruação como podridão, indignidade ou como falha em produzir uma gravidez. Deve ainda contribuir para derrubar mitos de que os produtos menstruais internos (absorvente interno, coletor) ‘tiram a virgindade’ ou ‘podem se perder dentro do corpo’, entre outros”, indica o relatório.

Educadora Menstrual

A interrupção da pílula anticoncepcional revolucionou a vida de Silvana Guerreiro. Após a decisão, ela começou a refletir não somente sobre sua relação com o ciclo menstrual, como também sobre outros aspectos da sua vida. Percebeu que não se encaixava na rotina que estava levando, decidiu pedir demissão do emprego, onde ocupava cargo de liderança, e começou uma jornada em busca do seu propósito. 

Em 2019, Silvana, que é educadora física, concluiu uma formação em terapia menstrual, começou a procurar mais informações e a questionar alguns comportamentos comuns entre as mulheres, como o sentimento de aversão ao ciclo menstrual e a falta de conhecimento sobre como lidar com as mudanças inerentes ao período e sobre remédios para “interromper” a menstruação.  

Foi a partir do seu incômodo que Silvana teve a ideia de criar um projeto sobre educação menstrual. Só não sabia por onde começar. Depois de passar pelo Programa Gestar de Aceleração e Incubação Social, criado pela organização Ponto de Cultura Povos da Mata Atlântica, ela conseguiu tirar a ideia do papel e criou a Educadora Menstrual. Hoje, Silvana dedica-se a quebrar tabus em torno da menstruação e a transformar a relação de outras mulheres com seus corpos fazendo oficinas, palestras, rodas de conversa e capacitações sobre o tema.

Oficina Meu Ciclo, Meu Guia

Dia 10/09, das 14h às 17h30
Local:  Coworking MÖRE CoSpaces Sorocaba – Rua Comendador Abilio Soares, 537 – Jardim Eltonville, Sorocaba (SP)
Inscriçõeshttps://bit.ly/meuciclomeuguia

Contatos para mais informações: (15) 98161-6405 (WhatsApp), contato@educadoramenstrual.com.br ou @educadoramenstrual