Bem-Estar

5 de setembro de 2022

Sesc São Paulo amplia o debate sobre saúde bucal e autocuidado para além da higiene

Nova edição do “Boca, pra que te quero?”, que aborda a saúde bucal de uma forma diferente, visa refletir sobre as funções sociais da boca a partir da bucalidade e as relações humanas. Pesquisadores, artistas e especialistas de diversas áreas reúnem-se em palestras, bate-papos, oficinas, podcasts, vivências e apresentações musicais. Quase toda a programação é presencial, gratuita – exceto uma atividade – e aberta ao público. A série de ações educativas acontece em setembro, em 29 unidades do Sesc no estado

As primeiras experiências de um ser humano começam pela boca: chorar, beber leite, aspirar e expelir o ar. A boca sempre está em movimento ao longo da vida. Mas ela é muito mais do que sua estrutura física. Observar as sensações de prazer e a comunicação pela boca, cuidar da saúde bucal e devorar o mundo, são temas da quinta edição do Boca, pra que te quero?, promovido pelo Sesc São Paulo entre 1º e 11 de setembro. Serão quase 50 ações educativas de estímulo à reflexão sobre a saúde bucal e o autocuidado para além dos dentes, língua e saliva, considerando o desenvolvimento do ser humano em sociedade e a sua relação com o próprio corpo e a boca. 

Atraídos pela relevância da discussão, este ano a programação reúne acadêmicos do Brasil e exterior. Dentistas, filósofos, psicanalistas, pesquisadores, historiadores e educadores, alguns deles ligados a importantes instituições de ensino do país. Profissionais das artes e representantes de movimentos sociais também estão na programação. Destaque para o doutor em saúde coletiva Carlos Botazzo, autor do conceito Bucalidade, o professor André Martins da UFRJ, e o médico Hugo Spinelli da Universidade Nacional de Lanús, de Buenos Aires, na Argentina. E, ainda, o ator Eduardo Mossri e a cantora Fabiana Cozza realizam atividades. 

Com base no conceito de bucalidade, o projeto Boca, pra que te quero? do Sesc São Paulo visa abordar as funções sociais que tornam essa parte do corpo tão importante para o desenvolvimento de saberes e subjetividades. E com o intuito de provocar uma reflexão sobre a boca enquanto local de experiências e chamar a atenção para a saúde integral a partir da bucal, o Sesc realiza mais uma série de ações educativas, entre palestras, bate-papos, oficinas e vivências, e ainda edições de podcast e apresentações musicais. A programação – em sua maior parte gratuita – é voltada a todos os públicos e idades e acontece em 29 unidades do Sesc no estado, entre capital, região metropolitana, interior e litoral. Algumas atividades são apenas on-line.  

Território de conexões

Esta quinta edição do projeto parte da ideia de Boca enquanto um território capaz de conectar o sujeito com o mundo. Para além das estruturas físicas que a delimitam e limitam, a boca funciona como um portal. Faz parte de um todo, mas é protagonista nos primeiros contatos do ser humano com o mundo à sua volta. É o território capaz de unir o mundo exterior (experiências, cultura e relações sociais) com o ser interior (desejos, vontades e pulsão de vida). E dessa relação experiências versus desejos é que se forma o sujeito e o seu modo de ser e estar no mundo. 

Muito mais que uma boca saudável

A saúde bucal significa, antes de mais nada, ter uma boca capaz de realizar seus trabalhos, ou seja, as funções sociais que tornam a boca uma parte tão importante para o desenvolvimento do corpo enquanto um território de saberes e subjetividades. Mas, a capacidade de realizar esses trabalhos, divididos entre manducação, linguagem e erotismo, de acordo com o conceito de Bucalidade, não garantem saúde bucal. 

A manducação – ato de mastigar -, por exemplo, pode proporcionar prazer e hábitos saudáveis na mesma proporção em que pode proporcionar distúrbios alimentares, de acordo com as experiências e vivências de cada sujeito. Assim como a linguagem pode ser um trabalho libertador e ferir ao mesmo tempo. Para produzir saúde bucal então é necessário desenvolver um pensamento crítico para que o sujeito seja capaz de fazer boas escolhas. 

E é justamente nesse ponto que o projeto estimula a reflexão e o autoconhecimento. O nome do projeto “Boca, pra que te quero?” faz um convite a essa reflexão, uma provocação para que os participantes pensem sobre os desejos e anseios a respeito das funções sociais da boca. Muito mais do que mudar um hábito, produzir saúde bucal é um processo de identificação desse querer para que as escolhas sejam conscientes. 

Confira a programação do Sesc Sorocaba:

Bate-papo

A psicossomática da língua

Com Marcelo Anselmo e Silva, fisioterapeuta especialista em práticas integrativas e gerontologia 

Apresentação de aspectos da língua, a partir dos conceitos da Medicina Tradicional Chinesa, buscando suas relações com os diversos fenômenos psicossomáticos. 

Dia 6/9terçadas 19h às 20h20, na Sala de Oficinas. Grátis. Retirada de ingressos com 1 hora de antecedência na Central de Atendimento. Vagas limitadas. Classificação 16 anos. 

Oficina

Silêncio é voz

Com Patrícia Sanches, psicóloga e praticante de meditação 

O silêncio também é comunicação ativa, e muitas vezes é justamente esse intervalo preservado entre as palavras que propicia um melhor entendimento. Nessa oficina, os participantes serão convidados a vivenciar as pausas no diálogo de forma consciente e construtiva. 

Dia 8/9quintadas 19h30 às 21h, na Sala de Oficinas. Grátis. Retirada de ingressos com 1 hora de antecedência na Central de Atendimento. Vagas limitadas. Classificação 16 anos. 

Teatro

Draguinho – Diferente de todos parecido com ninguém

Com Cia. Etc e Tal. Duração 48 min. 

A peça narra a história de um jovem dragão que descobre que não é capaz de soltar fogo pela boca. Através de muitas gargalhadas e momentos de reflexão, o público é convidado a se encantar com esse simpático personagem, e a se questionar sobre onde está a beleza do mundo depois de se aventurar pela floresta e viajar para dentro de seus próprios sentimentos.    

Dia 11/9domingo, às 16h, no Teatro da unidade.  

R$ 25,00 | R$ 12,50 | R$ 7,50 | Grátis para crianças até 12 anos (necessário apresentar ingresso).?  

Venda on-line: em sescsp.org.br/sorocaba?  

Venda presencial: na Central de Atendimento.  

Lugares limitados. Classificação livre.  

Serviço

Boca, pra que te quero? 

No Sesc Sorocaba: de 6 a 11 de setembro 

Programação completa: www.sescsp.org.br/boca 

Sesc Sorocaba 

Rua Barão de Piratininga, 555 – Jardim Faculdade. 

Fone: (15) 3332-9933 

Recomendam o uso de máscara nas dependências da unidade.