Gosto bastante de dizer que o ofício do cirurgia?o? pla?stico vai muito além do que se pensa. E o melhor de tudo é não estar sozinho nesse pensamento. É uma reflexão baseada numa enorme referência profissional e de vida. Você se lembra de Ivo Pitanguy?
Mineiro, esse mestre foi companheiro de profissão, escritor, professor, membro da Academia Nacional de Medicina e até da Academia Brasileira de Letras. Se ficasse elencando seus feitos, daria um artigo gigantesco.
Mas o que quero chamar a atenção, neste texto, é para a maneira com que Pitanguy enxergava a atuação de um cirurgião plástico. Enquanto viveu, deixou claro que o ofício não tinha o objetivo apenas de tratar o corpo, mas principalmente a mente.
E, com base nessa linha de raciocínio, digo com tranquilidade, com toda a modéstia à parte, que podemos ser considerados uma espécie de? “psico?logo”? com? bisturi nas mãos.
Um bom cirurgião plástico não pode viver apenas o momento técnico dos procedimentos. Quem enxerga apenas o banco de areia e esquece do oceano ao redor, não se torna bom marinheiro. Analogias de lado, o valioso, acima de tudo, é entender todas as expectativas de cada paciente, suas razões, o momento de vida…
Aliás, quer saber? Um profissional íntegro e completo também precisa desenvolver a habilidade de saber? dizer? coisas? como:? “Não,? você? não? precisa? de? cirurgia,? você? é? linda? do? jeito? que? é”.? Afinal, o conceito de beleza é muito subjetivo, não deveriam existir padrões, apesar de alguns teimarem em ser impostos.
Em uma infinidade de casos,? pacientes estão precisando mesmo é de orientação e inclusive suporte psicológico.
Uma série de transtornos, como os alimentares, por exemplo, podem se transformar em depressão e outros problemas de saúde, numa sociedade hiper pautada em filtros e photoshop. Se bem conduzidos, pacientes às vezes até enxergam que não há necessidade de plástica. Para nós profissionais, é importante analisarmos cada individualidade com carinho e ser totalmente transparentes.
Antes, a dúvida pairava sobre o que, de fato, era a cirurgia plástica. Hoje, também é fundamental enaltecer o que não são suas atribuições.
A área não é? uma? banalização que se construiu,? essa? falta? de? conduta? adequada,? com? pessoas? menos? preparadas? ou? não? especialistas. Cirurgias têm riscos, portanto demandam atuação de qualidade, com rigor.
Se a? cirurgia? plástica? trouxe bem-estar a parte das pessoas, nota-se em contrapartida uma? invasão? de? especialidades.? Isso atrapalha demais o ofício, pois não somos mágicos.
Por? isso,? jamais se esqueça de procurar um cirurgião de extrema confiança, com boa formação e credenciais e que, prioritariamente, atue de maneira sincera com você.
Seu corpo e sua vida são os bens mais valiosos de todos. Então, permita somente que profissionais de confiança possam cuidá-los.
