Outubro Rosa: a queda de cabelo em pacientes submetidos à quimioterapia tem solução

O Outubro Rosa, um movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama, tem sido uma luz brilhante no caminho da conscientização, do diagnóstico precoce e do tratamento eficaz da doença. Originado no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, o Outubro Rosa é celebrado anualmente com o objetivo de compartilhar informações vitais e aumentar a conscientização sobre o câncer de mama. No entanto, não apenas uma celebração, é uma lembrança constante da luta contra o câncer de mama que milhões de mulheres enfrentam em todo o mundo.

É importante lembrar que o câncer de mama é o tipo mais comum de câncer em mulheres globalmente, com cerca de 2,3 milhões de novos casos estimados ao ano. É um número impressionante que nos mostra a magnitude dessa doença.

Os sinais de alerta do câncer de mama são cruciais, como a presença de um caroço endurecido na mama, pele avermelhada ou com aparência de casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. É importante estar ciente desses sinais e procurar assistência médica caso algum deles apareça. O diagnóstico precoce pode ser a chave para a cura.

Outro desafio que muitas mulheres enfrentam durante o tratamento do câncer de mama é a queda de cabelo, causada principalmente pela quimioterapia. Eu mesma tive que encarar essa preocupação em meio à minha jornada profissional, recebendo pacientes apreensivas em meu consultório. A quimioterapia, um dos tratamentos principais para o câncer, é projetada para atacar as células cancerígenas que se multiplicam rapidamente, no entanto, também afeta células saudáveis, incluindo os folículos capilares. A perda de cabelo varia de paciente para paciente, dependendo do tipo de medicamento e da dose utilizada.

Muitas mulheres naturalmente se questionam se há soluções disponíveis para lidar com a perda de cabelo causada pela quimioterapia. Como no caso da minha paciente, Amanda Esteves, uma dentista de 33 anos que estava prestes a subir no altar quando recebeu o diagnóstico de câncer de mama.

Após o diagnóstico, Amanda entrou em contato comigo, e assim começamos o tratamento. No caso de Amanda, utilizei uma variedade de procedimentos, incluindo medicamentos que podem ser administrados mesmo durante o processo de quimioterapia. O microagulhamento, um procedimento que envolve a microinfusão de medicamentos, demonstrou ser altamente eficaz em seu caso, acelerando o processo de recuperação dos fios.

Em vista disso, é fundamental ressaltar que algumas pacientes que enfrentam esse desafio podem não estar cientes de que é possível buscar ajuda, mesmo durante o tratamento oncológico. Portanto, é imprescindível conduzir pesquisas e procurar profissionais de saúde qualificados que possuam o conhecimento necessário para determinar quais medicamentos podem ou não ser utilizados em cada caso.

Além do tratamento capilar, é crucial destacar a importância do autoexame e da realização de exames regulares para a prevenção do câncer de mama. Amanda, ao receber o diagnóstico precocemente, conseguiu alcançar a cura graças a essa atitude proativa.

A história de Amanda é um testemunho de que, mesmo em meio aos desafios do câncer de mama e da quimioterapia, existem soluções para enfrentar a queda de cabelo. A conscientização, o diagnóstico precoce e a busca por ajuda especializada podem fazer toda a diferença em nossa jornada de superação. Juntas, podemos enfrentar esse momento com mais confiança e esperança.

Dra. Vanessa Mutton

Dra. Vanessa Machado de Almeida Mutton

Dermatologista pela UNICAMP
Transplante Capilar FUE desde 2010 / CRM 80450 | RQE 20280