Elos, Fatos & Afagos

10 de maio de 2023

Rita, minha Musa libertina.

Em sampa o dia amanheceu tão cinza quanto clichê. Faço café e entoo Rita. “Lança menina, lança todo esse perfume, desbaratina, não dá para ficar imune”.

“Chega mais, chega mais”, Rita.

O gênio Caetano disse que você é a mais bela tradução da cidade do caos.

E então, me peguei fotografando mentalmente a moça bela, colorida, babélica e pensando no sentido do verso. Rita e sampa são uma desordem bonita. Uma desordem que acolhe.

Ontem, li diversas manchetes: “rainha do rock, insubordinação radical, marciana, Maga Rita, Santa Rita”.

Mas, para mim, ela é a Musa libertina.

Eu contrario o efeito negativo que a palavra “libertina” ocasiona em alguns ouvidos. Nos meus, tem “acento” de liberdade. Tão bonito e tão livre de qualquer senso moral como Rita.

A minha musa libertina sempre teve algo que me atraiu de forma hipnotizante. Ela tinha um “q” de gente e gosto disso.

Gosto do torto, incongruente, exagerado, desproporcional. Gosto do real e Rita não fazia qualquer esforço para caber na minha ou na sua fantasia.

Inspirada na coluna de Arnaldo Jabor, ela compôs uma das minhas músicas favoritas. Amor & sexo.  Acho que no dicionário sexo e amor deveriam ser definidos por Rita. Nada chegou tão perto da perfeição, como a sua definição. “Amor é prosa, sexo é poesia” e Rita, é os dois.

“Bossa nova e Carnaval,”

“Divina e Animal,”

“é pra sempre.”

É que Rita, “tem gente que a gente não esquece nem se esquecer”,

e nos “desculpe o auê”,

 mas vamos eternizar você.

Referências/Músicas de Rita: lança perfume, chega mais, minha vida, amor e sexo e me desculpe o auê.

Fernanda Padilha

Advogada, professora, especialista em Direito de Família e Sucessões e Doutoranda em Direito Civil pela Universidade de Buenos Aires, Argentina.

Escritora do Projeto Cultural Útero (Projeto aprovado pela Administração Pública Municipal e que tem como objetivo abordar pautas feministas de forma artística).

Amante da arte e defensora dos emocionados. Acredita no poder desmistificador das palavras e na força revolucionária do afeto.

  fernanda.padilha.ppndadvogados@gmail.com