Informação foi passada pelo presidente da Urbes no evento “ANTP Café”, realizado nessa terça-feira (29)
Sorocaba, no interior de São Paulo, terá em suas ruas ainda este ano 10 ônibus padron fornecidos por uma parceira com a Eletra, Mercedes-Benz e Caio à City Transportes, empresa do Grupo Abreu que opera o lote 02 da cidade.
A informação foi passada pelo presidente da Urbes – Trânsito e Transportes, Sergio David Rosumek Barreto, durante o evento ANTP Café, realizado nesta terça-feira, 29 de março de 2022, realizado em parceria com a ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos e o Diário do Transporte.
O evento teve como foco o “case” do BRT da cidade, em que se discutiu como bons projetos bem implantados e bem operados podem identificar uma boa administração.
Em parceria com a empresa City Transportes, uma das concessionárias que atuam em Sorocaba, Sergio explicou depois do evento ao Diário do Transporte que a Urbes iniciou estudos para implantação de ônibus elétricos no transporte público da cidade ainda neste ano de 2022. A fase de testes já está sendo viabilizada, com o objetivo inicial de disponibilizar os 10 coletivos 100% elétricos.
Com isso, Sorocaba seria o primeiro município do interior do Estado de São Paulo a adotar essa tecnologia (TECNOLOGIA DA ELETRA MAIS MERCEDES-BENZ, NÃO DE ÔNIBUS ELÉTTRICOS EM SI, JÁ QUE OUTRAS CIDADES TÊM MODELOS ELÉTRICOS DE OUTRAS MARCAS), disse Sergio.
A primeira reunião para discutir o assunto ocorreu nessa segunda-feira, 28 de março, na sede da Urbes, reunindo o secretário municipal de Mobilidade (Semob), Carlos Eduardo Paschoini (Mobilidade – Semob); o diretor-presidente da Urbes, Sergio Barreto; oo diretor financeiro da City Transportes, Marcos José Monzoni Prestes, e o gerente de operações da City, Nélson Delgado Filho.
A Eletra Industrial esteve presente com a diretora comercial da empresa, Iêda Maria Oliveira.
ÔNIBUS – DETALHES
Os ônibus são modelo “Padron”, com comprimento a partir de 12,5 metros, chassi Mercebes-Benz, carroceria Caio, baterias Weg, freios ABS elétricos e sistema de regeneração de energia.
Com autonomia de até 250 quilômetros, o sistema de tração exclusivamente elétrica dispensa câmbio.
A tecnologia totalmente desenvolvida no Brasil tem o mesmo modelo operando em outras cidades, como São Paulo e São Bernardo do Campo.
O diretor-presidente da Urbes afirmou: “Trata-se de uma alternativa viável à mobilidade urbana, eficiente e sustentável, equipada com tecnologia que permite uma condução suave e silenciosa, além de confortável aos passageiros. A proposta vai ao encontro da missão de transformar Sorocaba em uma cidade humanizada e inovadora, além de referência no País, que está sendo colocada em prática pela atual Administração Municipal”.
Fornecedora dos veículos elétricos e uma das parceiras da City Transportes no projeto, a empresa Eletra Industrial, representada por sua diretora garante que o custo de manutenção de um ônibus elétrico representa 36% do despendido com o modelo tradicional, movido a diesel, e a lona de freio também dura quatro vezes mais que no convencional, por exemplo. O consumo médio é de 1,6 kWatt/hora, por quilômetro rodado.
Já o diretor financeiro da City Transportes disse que a empresa aposta na escolha de Sorocaba para desenvolver, de forma pioneira, a eletromobilidade no transporte público. “Temos nossos parceiros para produzir os veículos e consideramos Sorocaba a cidade perfeita para a realização desse projeto inovador. Vamos, junto com a Urbes, estudar os investimentos no sistema. Em princípio, o investimento é mais dispendioso, mas as vantagens são imensas”, pondera.
Completa a diretora da Eletra: “Não há emissão de fumaça, barulho e de material particulado dos pneus. É mais conforto e qualidade de vida para quem é transportado, assim como para aqueles do lado de fora do ônibus, os pedestres, ciclistas e moradores da vizinhança”.
ANTP CAFÉ
Estiveram presente no debate Vagner Colombini, Sócio-diretor da Logit Engenharia. Consultor internacional em projetos de logística e transportes, Wagner é especialista em sistemas de BRT desde o Transmilenio em Bogotá ao recente de Peshawar, no Paquistão.
Além de Colobini, o engenheiro Frederico Bussinger, ex-Secretário de Transportes do Município de São Paulo, ex-Presidente da CPTM e ex-Presidente da SPTRANS, também participou do encontro.
Renato Campestrini, colunista da rádio Cruzeiro FM 92,3 e Manoel Ferreira, diretor Superintendente e Operacional do Consor e do BRT, fecharam a mesa de debates.
Claudio de Senna Frederico, vice-Presidente da ANTP, relatou a importância do projeto BRT melhorar a cidade, condição necessária para o projeto ter vida longa.
Com mediação de Alexandre Pelegi, jornalista do Diário do Transporte, o ANTP Café discutiu não apenas os bonas indicadores alcançados até aqui pelo sistema, como ainda as dificuldades atuais que podem modificar a implantação dos seis quilômetros que ainda faltam para concluir o terceiro corredor e fechar o sistema BRT.
Além de Wagner Colombini detalhar o que é um bom projeto técnico, Frederico Bussinger se ateve à discussão da parceria entre governo e setor privado no empreendimento. Sorocaba não é uma PPP (Parceira Público Privada) típica, tem dinheiro do PAC e dinheiro da iniciativa privada na implantação, sob responsabilidade da empresa que opera o sistema.
O BRT Sorocaba é fruto de um sistema de concessão e PPP responsável pelas obras e operação. É a primeira PPP do País para um BRT neste modelo de contrato único que engloba construção e operação.
O Consócio, o ente privado da PPP, é formado pela Mobibrasil e pela CS Brasil (Grupo JSL – Júlio Simões), que desde 2011 operam o lote 01 de linhas comuns de ônibus por meio do Consor (Consórcio Sorocaba).
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes