Cotidiano

22 de junho de 2022

Empresas que investem em DE&I são mais lucrativas e inovadoras

Pluralidade favorece o desenvolvimento da equipe

Há quem diga: “quem lacra, não lucra”; mas estudos dizem o contrário. Empresas que investem em Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I), tendem a inovar mais e obter mais lucros.

A empresa de consultoria Mckinsey fez um levantamento indicando que as empresas que investem em um quadro de colaboradores com diversidade racial e étnica têm 35% mais chances de conseguir retornos financeiros acima de suas respectivas medianas da indústria nacional. A Ernst & Young destaca que as empresas que apresentaram mais de 30% de diversidade de gênero em cargos de liderança apresentaram melhores resultados em termos financeiros.

A empresa de consultoria de Recrutamento e Seleção, HayGroup, mostra que empresas com equipe diversa apresentam colaboradores 17% mais engajados e 75% reconhece que no trabalho há espaço para inovação. Já a Accenture, empresa de consultoria de gestão, tecnologia da informação e outsourcing, aponta que empresas diversas e inclusivas são 11 vezes mais inovadoras e têm colaboradores seis vezes mais criativos, se comparadas as que não investem em uma cultura mais inclusiva.

“Promover respeito e amistosidade no ambiente corporativo favorece o desenvolvimento do sentimento de pertencimento nos colaboradores e, como consequência, aumento da confiança no próprio trabalho. A abertura para novas ideias e a inclusão dos diferentes olhares em razão da cultura interna, auxilia na solução de problemas e pode até favorecer o aumento da produtividade”, diz o consultor empresarial especialista em Gestão de Pessoas e de Recursos Humanos, Paulo Paiva.

O mercado de trabalho para a população LGBTQIA+

Conhecido internacionalmente como Mês do Orgulho, junho é marcado pelas campanhas que promovem respeito à diversidade e igualdade em relação a comunidade LGBTQIA+. Apesar da temática ser cada vez mais debatida, ainda há uma certa dificuldade em construir um programa de DE&I estruturado.

Um estudo denominado “demitindo preconceitos”, elaborado pela consultoria de engajamento Santo Caos, aponta que 53% dos participantes não declaram a orientação sexual no trabalho ou declaram apenas para algumas pessoas. Além disso, 40% dos entrevistados afirmam ter sofrido discriminação no ambiente organizacional pela orientação sexual.

Para que a diversidade existente no Brasil seja refletida dentro dos ambientes corporativos, Paiva reforça a importância de realizar treinamentos e ações educativas que abordem a diversidade, a equidade e a inclusão nas empresas.

“Quando analisamos os perfis de pessoas que ocupam o mercado de trabalho e as organizações, principalmente em cargos mais altos, nos deparamos com uma proporção desigual que, por vezes, não corresponde a diversidade existente em nosso país, tanto em relação a etnia, gênero, orientação sexual, identidade de gênero, entre outros aspectos”.

Paulo complementa que entender o cenário no qual a empresa está inserida é importante, bem como estabelecer como ela consegue e onde ela deseja ampliar essa diversidade, pensando dentro dos valores e da cultura da organização, “dessa forma, é possível criar um ambiente mais saudável emocionalmente para todos”.

Para isso, o consultor empresarial destaca alguns exemplos de ações que podem ser realizadas nesse sentido. “Treinamentos de liderança, palestras, rodas de conversas e desenvolvimento de ações afirmativas são alguns exemplos de ações educativas que promovem a sensibilização sobre a temática. Mas é importante ressaltar que é um processo de transformação e uma empresa que deseja investir em uma cultura de apoio à diversidade de forma genuína, deve conhecer a fundo seus colaboradores e a cultura ambiental, ser flexível e, principalmente, deixar de adotar uma postura neutra”, finaliza.