Prazo para manter acesso aos benefícios sociais foi prorrogado até outubro
A atualização de dados do Cadastro Único Para Programas Sociais (CadÚnico) ainda não foi feita por 19.019 famílias sorocabanas. No total, são 57.682 cadastrados na cidade. 38.663 estão com a situação em dia. Os dados foram divulgados pela Secretaria da Cidadania (Secid). O cadastro é usado pelo governo federal para definir os contemplados em programas sociais, como o Auxílio Brasil. Por isso, quem não fizer a atualização pode ter os benefícios suspensos e até cancelados.
Dos usuários com informações desatualizadas, 2.534 estão com os cadastros vencidos. Por isso, caso não façam o procedimento até 14 de outubro — a data limite –, podem ter os registros excluídos. Os cadastramentos dos outros 16.485 vão vencer em breve.
O prazo para efetivar o procedimento terminaria no dia 25 deste mês, mas foi prorrogado pelo Ministério da Cidadania até outubro. É válido para beneficiários do Auxílio Brasil em revisão cadastral. Já o limite para famílias em averiguação cadastral ou convocadas pelo processo é 12 de agosto.
A atualização é obrigatória a cada dois os anos. O beneficiário pode verificar a sua situação pelo aplicativo do CadÚnico e no site cadunico.cidadania.gov.br. Também é possível fazer a averiguação junto à Secid, pelos telefones (15) 3212-6900), (15) 3212-6904 e (15) 3212-6905, ou ir ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras) mais próximo, bem como na Central do Cadastro Único (CCU). Os endereços desses locais podem ser conferidos em https://cadunico.com.br/cras-sorocaba-endereco-telefone-assistencia-social.
Se os dados permanecerem iguais — endereço, integrantes da família, escolaridade e renda de todos –, é possível executar o processo pelos canais digitais. Caso haja alteração em qualquer informação, é preciso comparecer aos postos de atendimento para nova entrevista de atualização cadastral. Em Sorocaba, as opções são os Cras e a CCU.
Para o atendimento presencial, o responsável familiar deve levar CPF ou título de leitor e, também, pelo menos um documento para cada membro da família. Pode ser certidão de nascimento ou casamento, CPF, RG, carteira de trabalho, título de eleitor, ou Registro Administrativo de Nascimento Indígena (RANI) (se a pessoa for indígena). Indígenas e quilombolas não precisam apresentar CPF ou título eleitoral, caso não possuam, mas têm de mostrar outro documento de identificação, dentre os citados.
Sorocaba tem 57.682 cadastros registrados
O número de inscritos no CadÚnico vem aumentado em Sorocaba. O volume registrado, até o momento, neste ano é de 57.682. Em 2021, eram 51.847, em 2020, 43.068.
Nelson José Barnabé Junior, chefe da Divisão de Vigilância Socioassistencial da Secretaria Cidadania (Secid), aponta a pandemia de Covid-19 como o principal fator responsável pela alta. Ele diz que a crise sanitária agravou o desemprego, bem como reduziu a renda e o poder de compra das famílias. Assim, muitas pessoas atingiram a linha da pobreza e da extrema pobreza. Dessa forma, passaram a depender de auxílios sociais para viver. “São as chamadas novas famílias vulneráveis, que, antes da pandemia, não precisavam (de auxílios), mas, agora, precisam”, disse.
A ampla divulgação sobre o aumento do valor do Auxílio Brasil para R$ 600 também elevou a procura pelo CadÚnico. Para Barnabé Junior, a gama de outros benefícios oferecidos atualmente por meio do cadastro, igualmente, contribui para esse crescimento. Isso porque a plataforma reúne beneficiários de vários programas, tanto municipais, quanto estaduais e federais. Inclusive, algumas iniciativas só liberam os auxílios mediante cadastramento. “Ele (CadÚnico) vem sendo utilizado como porta de entrada, independentemente se a família está em situação de extrema pobreza ou pobreza, (ou não), para se conseguir outros benefícios (além do Auxílio Brasil), dependendo do perfil da família”, explicou.
Ferramenta eficiente
Barnabé Junior disse que considera o CadÚnico uma ferramenta eficiente. De acordo com ele, o cadastro não é útil apenas para a concessão de benefícios. O sistema também é utilizado para nortear o trabalho do Poder Público na criação de ações voltadas aos munícipes em situação de vulnerabilidade social. “A diversidade de dados possibilita a identificação dos principais problemas. A partir disso, é possível desenvolver estratégias realmente eficazes para solucioná-los. Por meio desse cadastramento, conseguimos fazer o planejamento de políticas públicas. É o principal identificador que possibilita a elaboração dessas políticas, seja na educação, saúde, assistência, habitação”, disse Barnabé Junior. (Vinicius Camargo)