Cotidiano

6 de julho de 2022

PIB da região de Sorocaba é o que mais cresceu em SP em um ano

Empresas estão investindo mais em razão da retomada da produção. Fase motiva a chegada de novos negócios

O Produto Interno Bruto (PIB) da Região Administrativa (RA) de Sorocaba foi o que mais cresceu no Estado de São Paulo em 12 meses. A alta acumulada nos últimos quatro trimestres (abril de 2021 a março de 2022) é de 9,4%, totalizando R$ 139,862 bilhões. O resultado coloca a região como líder no ranking de elevação do PIB, entre 16 RAs e a média do próprio Estado. Os dados constam de levantamento divulgado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos. Para calcular o avanço do indicador, a Seade considera a Região Administrativa de Sorocaba, formada por 47 municípios, e não a Região Metropolitana, composta por 27. A Fundação considerou, especificamente, as informações sobre o PIB nominal, desconsiderando a inflação.

Segundo o estudo, a RA de Sorocaba ficou mais de dois pontos percentuais acima das outras três regiões com maiores crescimentos. São elas: Santos (7,4%), Marília (7,1%) e Bauru (7%). Também superou, inclusive, outras importantes regiões, como a Região Metropolitana de São Paulo — RMSP (3,6%) e a RA de Campinas (5,8%). A atividade econômica foi cinco pontos percentuais melhor do que o índice estadual (4,6%).

Primeiro trimestre

O PIB da RA de Sorocaba avançou 2,7% no primeiro trimestre deste ano (janeiro a março), no comparativo com os três meses anteriores (outubro a dezembro de 2021). No período, totalizou R$ 34,307 bilhões. Com isso, considerando apenas o dado de 2022, está na quarta posição entre todas as regiões paulistas. Fica atrás apenas de Bauru (3,7%), São José do Rio Preto (3%) e Araçatuba (2,9%).

Novamente, a regional passou a RMSP em mais de um ponto porcentual — a 9ª colocada (1,9%) –, e a RA de Campinas — em 12º lugar (1,2%). Além disso, ultrapassou o resultado do Estado de São Paulo, que ficou em 1,8%. A elevação acumulada no trimestre, de 4,2%, igualmente, se sobrepõe à estadual (1%). Porém, em comparação com o primeiro trimestre de 2021, quando o PIB da região avançou 4,2%, houve queda de mais de dois pontos. Atualmente, a RA tem 4,8% de participação no PIB paulista, o que a coloca em terceiro lugar no ranking.

O relatório também apresenta informações sobre investimentos feitos nas cidades da RA de Sorocaba. No primeiro trimestre, o montante alcançou R$ 38,3 milhões, enquanto, o acumulado anual (de janeiro a maio), é de R$ 58,570 milhões. Do total, 99,5% aplicações foram feitas por empresas de Sorocaba, e 0,5%, por negócios de São Roque. Os três investidores foram serviços, com R$ 25,8 milhões, infraestrutura, com R$ 17,5 milhões (29,88%) e comércio, com R$ 15,270 milhões (26,07%).

Uma indústria de rotomoldagem (transformação de materiais plásticos em termoplásticos) aplicou a maior parte da quantia: R$ 20 milhões. Na sequência, vêm uma concessionária administradora de rodovias, com R$ 17,5 milhões; uma rede de supermercados (R$ 15 milhões); e um hospital (R$ 5,8 milhões). A lista inclui uma fábrica de chocolates (R$ 270 mil).

Visão de especialista

O professor e economista Marcos Antonio Canhada considera que a alta do PIB na RA de Sorocaba é consequência da ampliação de investimentos e recuperação econômica após a fase mais aguda da pandemia de Covid-19. Com isso, as empresas estão em um momento de retomada da produção e, consequentemente, podem voltar a investir mais.

A retomada econômica motiva a instalação de novos negócios na região. Canhada disse que muitas cidades oferecem atrativos e condições para isso, mas Sorocaba se destaca. “Sorocaba vem num processo de desenvolvimento há muito tempo, fomentado, principalmente, pelas instituições de ensino. Elas vêm crescendo de forma significativa, produzindo mão de obra de boa qualidade e oferecem condições favoráveis à pesquisa e à inovação. (Assim,) vão estimulando as empresas a ver que Sorocaba tem mão de obra, tecnologia e disponibilidade”, cita. “Isso faz com que as empresas procurem centros com essas condições, em detrimento de outros que não oferecem”, observa. (Vinicius Camargo) (Cruzeiro do Sul)