Manga diz que compra dos kits educacionais foi no valor de R$ 700 mil
O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), negou ontem (29), em entrevista à rádio Cruzeiro FM 92,3, qualquer irregularidade na licitação para compra de kits educacionais com itens obsoletos.
Manga foi questionado, mais de uma vez, sobre a compra de CDs e DVDs, mas apenas citou benfeitorias da gestão, como a entrega de uniforme para os alunos, e não soube explicar a razão de adquirir esses itens.
O prefeito ainda alegou estar sofrendo ataques por conta do período eleitoral. Ele espera que a esposa, Sirlange Maganhato, seja a vice da chapa do pré-candidato de Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Eles querem travar a cidade pelo simples fato de tentar manchar a imagem do governo que tem o bem”, disse.
Segundo ele, o valor de mais de R$ 22 milhões se refere à ata de registro de preços e não ao valor total do que foi comprado. “A compra foi de R$ 700 mil. Estão usando a promotoria como palanque eleitoral. A ação é ‘Ctrl+C’ ‘Ctrl+V’ [comandos usados em computadores para copiar e colar textos] da denúncia feita pela oposição”, afirmou.
Mais tarde, a promotora Cristina Palma, responsável pela ação civil pública, também concedeu entrevista à rádio Cruzeiro FM 92,3. Ela relembrou que o prefeito, quando era vereador, também realizou denúncias ao MP. Também destacou que todas as queixas passam uma criteriosa triagem, independentemente de quem são os denunciantes. “Não importa quem mandou a denúncia, se é político ou não. Poderia ser uma pessoa do povo. Diversas denúncias são recebidas. Algumas têm fundamento e outras não. As que tem fundamento, nós temos obrigação de dar seguimento”, disse.
A promotora afirmou que fez contato com a Secretaria Municipal da Educação (Sedu) antes de entrar com a ação. Falou, ainda, que, durante o rápido contato, recebeu a informação de que se tratava apenas de um registro de preços. Entretanto, as entregas começaram no dia seguinte, com uma movimentação “muito rápida”.
“Por isso essa medida foi tomada. Há sérios indícios de irregularidades, superfaturamento. Foi para impedir a saída de dinheiro, de R$ 22 milhões em CD e DVD. Gerou necessidade de medida urgente judicial por que eles tinham até 7 dias para pagar. Isso está muito longe de ser um ‘Ctrl+C’ ‘Ctrl+V’”, finalizou a promotora. (Cruzeiro do Sul)