A Prefeitura de Sorocaba, por meio do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), deu início, nesta quarta-feira (22), às obras de construção do Reservatório de Detenção de Cheias (RDC) no Jardim Maria do Carmo, uma obra esperada, há décadas, pela população sorocabana. O projeto inclui, ainda, um sistema composto por dique de contenção e rede de bombeamento, a fim de proteger esse ponto contra alagamentos decorrentes do transbordamento da calha (nível) do Rio Sorocaba.
“A iniciativa vai conduzir todo o escoamento da água de chuva para esse reservatório, que vai operar como um ‘piscinão’ e, a partir dele, a água será bombeada de volta para o Rio Sorocaba. Basicamente, dessa forma é que esse novo sistema vai funcionar”, resumiu o diretor-geral do Saae/Sorocaba, Tiago Suckow, que acompanhou o início dos trabalhos.
Na ocasião, ele esteve acompanhado do prefeito Rodrigo Manga, que foi conferir pessoalmente a obra. “Trata-se de uma ação em caráter emergencial, que está sendo realizada pela atual Administração Municipal, em virtude dos recentes acontecimentos, agravados pela alta vazão da Represa de Itupararanga para o Rio Sorocaba. Geralmente, uma obra dessas ocorreria no período de estiagem, mas vamos antecipá-la”, disse.
O RDC está sendo construído em uma área pública de 12 mil metros quadrados, localizada junto às ruas João Gabriel Mendes e Ingracia Angrisani Gomes. O reservatório terá cerca de um metro e meio de profundidade e capacidade para armazenar 9,6 mil metros cúbicos. A previsão é que a obra toda seja finalizada em até nove meses.
O projeto também contempla um dique de um metro e meio de altura, contornando o bairro, no trecho a partir da Rua Arthur Bernardes, margeando a Avenida Dom Aguirre até o Parque das Águas. Assim como um sistema composto por quatro bombas, com capacidade de lançar 120 litros por segundo de água armazenada no RDC Jardim Maria do Carmo, de volta para o Rio Sorocaba.
O Saae/Sorocaba vai instalar, ainda, um sistema de comporta, para bloquear a água que vem do rio para as galerias, o que tem gerado o alagamento da Rua João Gabriel Mendes, mesmo sem fortes chuvas, devido à cota da rua ser inferior àquela do nível do rio. “Estamos fabricando na nossa usinagem um protótipo que será testado e, se o resultado for positivo, faremos um sistema automatizado e definitivo”, adiantou o diretor-geral da autarquia.
Agravante a essa situação tem sido a vazão liberada da Represa de Itupararanga para o Rio Sorocaba, que atualmente está em 28,48 m³/s. Isso tem contribuindo para que rio se mantenha em cota (nível) elevada, em especial nesse trecho do Parque das Águas. Essa situação impede o escoamento da água conduzida pelas galerias, que estão “afogadas” no ponto de lançamento no Rio Sorocaba, o que permite o “refluxo” do rio pela tubulação.
“Essa bacia de contenção é uma ótima notícia para nós, moradores do Jardim Maria do Carmo. É uma ação louvável e esperada há muitos anos. Tudo que possa ajudar a escoar essa água que fica acumulada pelo bairro, em dia de chuva forte, e evitar que ela invada as casas precisa ser comemorado”, disse o professor Francisco Ferraz, 60 anos. Ele é morador do bairro há 12 anos e acompanhou o início dos trabalhos da obra do novo RDC, que estão sendo feitos por uma escavadeira.
O RDC Jardim Maria do Carmo será um complemento e vai operar semelhante àquele existente no Jardim Abaeté, junto ao Parque das Águas. O Parque das Águas todo, aliás, funciona como uma bacia de contenção, em períodos de chuvas intensas, armazenando a água que transborda do Rio Sorocaba, assim como aquela que, por ventura, extravase do RDC, preservando moradias nessa região da cidade.