Prática consiste na redução de peso, volume ou quantidade de produtos industrializados sem informar a alteração e manter ou aumentar os preços
Os consumidores devem ficar atentos para não serem vítimas de “reduflação”, que consiste na redução de peso, volume ou quantidade de produtos industrializados sem informar a alteração e manter ou aumentar os preços. A prática é irregular e pode ser denunciada à Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon).
A aposentada Luzia Cuconato, de 70 anos, passou por essa situação ao comprar farinha de trigo em um supermercado da cidade. “Estava marcando meio quilo, mas o pacote estava menor e tinha subido quase R$ 3”, conta. Na ocasião, ela não levou o produto. Depois do episódio, ficou ainda mais cautelosa durante as compras. Agora, lê atentamente todas as informações das embalagens. Além disso, ao passar no caixa, confere novamente os valores e pesos dos itens, para verificar se são iguais aos dos pacotes e gôndolas.
Quem também já encontrou “reduflação” em mercados foi o comerciante Edson Alves Ribeiro Junior, de 55 anos. Ele informa ter notado, várias vezes, diminuições em pacotes de farinha, papel higiênico, bolacha, dentre outros. Por outro lado, os preços haviam subido. “Um produto que era de um quilo passou a ter 900 gramas, e o preço aumentou”, exemplifica. Segundo ele, alguns fabricantes e locais até tentam usar estratégias para o consumidor não perceber a mudança. “Às vezes, o preço não aumenta, mas a quantidade diminui. Quer dizer, aumentou do mesmo jeito”, fala.
“Reduflação”
A superintendente do Procon Sorocaba, Cristiane Bonito Rodrigues, afirma que a ‘reduflação‘ começou a ser adotada pelos fabricantes devido à pandemia de Covid-19. Segundo ela, os custos de produção cresceram durante a crise sanitária. “Em vez de aumentarem o preço e repassarem (os custos) diretamente para o consumidor, o que gera desgaste, eles optaram por fazer a ’reduflação’, diminuindo a quantidade do produto ou a qualidade dos insumos”, explica.
De acordo com Cristiane, pela legislação, a prática é permitida para mudança de quantidade ou peso, bem como ingredientes usados na fabricação. Porém, é necessário informar, nas embalagens, as alterações. Os dados devem ser apresentados de forma clara, em termos absolutos e percentuais. Outra opção é criar uma nova rotulagem, totalmente diferente da anterior. Nesse caso, esclarece a representante do Procon, não é preciso comunicar as modificações nos pacotes. “O que vem acontecendo é que muitos fornecedores fazem uma rotulagem e não explicam a diminuição, nem da quantidade, nem da qualidade. Aí, o consumidor fica confuso e acaba comprando uma coisa achando que é outra, e isso não pode”, alerta.
Cuidados
Na hora das compras, o Procon orienta o consumidor a analisar o preço cobrado e o custo real, por unidade ou peso. Os supermercados, igualmente, devem ficar atentos por que se foram encontradas à venda embalagens de produtos em desacordo com a norma, os estabelecimentos podem ser multados juntamente com o fabricante.
Como denunciar
As denúncias de “reduflação” podem ser feitas ao Procon Sorocaba. É necessário encaminhar a descrição do produto, foto da embalagem e, se possível, imagem antes da alteração também. Os canais são o site: http://procon.sorocaba.sp.gov.br/denuncia/, whatsapp: (15) 99198-2958, ou presencialmente. Há postos de atendimento na avenida Dr. Antônio Carlos Comitre, 331, Parque do Campolim, bem como nas Casas do Cidadão Ipanema (avenida Ipanema, 3439, Jardim Planalto), Nogueira Padilha (rua Coronal Nogueira Padilha, 1451, Vila Hortência) e Pátio Cianê Shopping (avenida Dr. Afonso Vergueiro, 823, Centro). (Vinicius Camargo) (Cruzeiro do Sul)
