Agricultores familiares do município baiano encontram no programa do Ministério da Cidadania incentivo para a produção de banana, mandioca, farinha, além de hortaliças
Aregião de Ilhéus (BA) é conhecida por grandes plantações de cacau. Nos últimos 30 anos, a região sofreu com a disseminação da praga vassoura-de-bruxa, que atacou lavouras, dizimou safras e reduziu a produção. Desde então, muitos pequenos agricultores desanimaram e desistiram de produzir. Nos últimos tempos, contudo, a região vive uma transformação. A monocultura passou a abrir espaço para a diversificação no plantio. E um dos ingredientes para incentivar essa mudança é o Alimenta Brasil.
O programa do Governo Federal compra diretamente a produção do agricultor familiar e doa para entidades como creches, escolas públicas, restaurantes populares, cozinhas comunitárias e instituições da rede socioassistencial.
É notória a mudança de hábito dos agricultores em relação à diversificação de cultura. Estamos quebrando o paradigma da monocultura do cacau”
Maciel Silva, coordenador do Alimenta Brasil em Ilhéus (BA)
“É notória a mudança de hábito dos agricultores em relação à diversificação de cultura. Estamos quebrando o paradigma da monocultura do cacau”, afirma o coordenador do Alimenta Brasil em Ilhéus, Maciel Silva.”
Segundo ele, os agricultores locais passaram a destinar espaços de plantio para banana, mandioca, farinha, além de verduras e legumes. “Essa diversificação é resultado direto do trabalho que vem sendo desenvolvido no município pelo Alimenta Brasil”, avalia.
A transformação é visível nas terras dos agricultores familiares da Associação e Projeto Unidos de São Bento. Eliane Coutinho, presidente da entidade e produtora rural, explica que o programa do Governo Federal teve papel estratégico de estimular o agricultor rural a voltar a produzir.
“O povo andava desestimulado, sem esperança. Quando a gente começou a participar do Alimenta Brasil, as pessoas voltaram a plantar, o povo começou a viver melhor, a se alimentar melhor. Passamos a ter mais ânimo”, conta Eliane Coutinho. “A gente produz com a certeza de que vai ter o dinheiro, além de ajudar a alimentar outras pessoas que precisam. É um programa completo”.
Em todo o país, o Alimenta Brasil envolve 43,5 mil agricultores familiares e foi responsável, em 2021, pela doação de 60,5 mil toneladas de alimentos, entregues a 8.945 entidades. Em 2022, o valor anual pago pelo Governo Federal para cada agricultor familiar nas modalidades compra com doação simultânea e compra direta saltou de R$ 6,5 mil e R$ 8 mil para R$ 12 mil.
Já os limites para incentivo à produção e ao consumo de leite e à compra institucional passaram de R$ 20 mil para R$ 30 mil. Para cooperativas, o limite anual aumentou nas modalidades Apoio à Formação de Estoque, de R$ 1,5 milhões para R$ 2 milhões, e Compra Direta (de R$ 500mil para R$ 2 milhões).
Os agricultores interessados em vender as plantações para o programa devem procurar a prefeitura ou o órgão local de assistência técnica para verificar se o município tem o Termo de Adesão formalizado com o Ministério da Cidadania e quando será feita a seleção dos agricultores que participarão do programa.
(Com informações da gov.br)