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Falta de organização estratégica pode comprometer investimentos, prejudicar caixa e interferir em questões tributárias
Férias coletivas, 13° salário, participação nos lucros, benefícios. Para as empresas, o fim do ano não é feito apenas de festividades. Também é um período para avaliar os resultados e cumprir com algumas obrigações financeiras. Só que nem sempre os negócios estão preparados para esses compromissos.
Foi exatamente para não ser surpreendida por essas e outras despesas que a empresária Patrícia Nicola incluiu um planejamento financeiro anual no calendário de trabalho. “É um aspecto fundamental termos o orçamento em dia para evitarmos qualquer susto. Uma organização financeira estratégica permite chegarmos em dezembro com provisões para cobrir todas as despesas”, conta.
Patrícia é sócio-proprietária de uma empresa especializada em pedras naturais e decorativas. Ela assumiu a gestão do negócio em 2016, depois de adquiri-lo do pai, que resolveu se aposentar.
A empresária relata que, até então, a empresa tinha uma característica familiar, não contava com um sistema de gestão e os pedidos eram tirados em blocos de papel. “Eu vim da área comercial de um banco, acredito muito em planejamento e investimento. Enxerguei o potencial da empresa, mas precisava setorizá-la, criar processos e planos. Não bastava pensar apenas em crescer, era preciso ter uma base sólida”, detalha Patrícia.
Entendendo a importância de ter um negócio organizado financeiramente, a empresária resolveu buscar uma consultoria que a orientasse sobre todos os aspectos desse planejamento, que envolve desde a análise do faturamento do ano até a definição de metas de curto, médio e longo prazos.
“Esse planejamento também estruturou a formalização de contratos e a questão tributária da empresa. Hoje, a gestão é totalmente profissionalizada. Conseguimos ter um fluxo de caixa e temos a consciência de todos os impostos que devem ser recolhidos conforme a lei exige. Me sinto mais protegida a partir de tomadas de decisões mais seguras”, afirma.
Compromisso anual
O consultor empresarial Ismair Sátiro explica que o planejamento financeiro de uma empresa deve ser feito entre os meses de outubro e dezembro. “Esse planejamento é essencial para adequar as metas, objetivos e contribuições tributárias para o ano seguinte”, reforça.
O planejamento financeiro é, agora, um compromisso anual de Patrícia, começando sempre em outubro. “Sentamos e analisamos como foi o ano da empresa, como está a saúde financeira e o que podemos melhorar. Muita gente acha que deve ser feito em janeiro do ano seguinte, mas não”, destaca a empresária.
Sátiro diz, ainda, que o planejamento anual deve ser revisto, de preferência, a cada três meses. “Sempre que puder, a empresa precisa adequar sua forma de contribuição, levando em consideração o faturamento ou a projeção para o próximo ano”, completa.
Prejuízos
A falta de planejamento pode trazer alguns prejuízos para os negócios. Segundo o consultor, não ter uma organização financeira pode atrapalhar uma empresa na hora de fazer investimentos, de acertar as férias dos colaboradores e, até mesmo, no pagamento do 13° salário, previsto em lei.
“Além disso, a empresa pode estar enquadrada em um regime tributário incorreto. Isso faz com que os gastos com impostos, taxas e contribuições sejam maiores que o ideal para o negócio, gerando déficit financeiro e, consequentemente, até um superendividamento”, finaliza Sátiro.