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1 de fevereiro de 2024

Sorocaba se destaca como uma das cidades paulistas com mais lançamentos imobiliários

Novas construções impactam nos serviços oferecidos nos bairros; especialista explica como processo de análise evita transtornos

Basta caminhar pelos bairros de Sorocaba para notar que a cidade está em obras. São diversos prédios residenciais e comerciais, além de condomínios sendo construídos, obras que impactam no dia a dia da população.

Em 2023, segundo pesquisa realizada pelo Sindicato Patronal do Mercado Imobiliário (Secovi), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, de janeiro a junho foram registradas vendas de 2.492 novas unidades residenciais na cidade, um crescimento de 14% em relação a igual período do ano anterior, quando foram vendidas 2.176 unidades. 

Ainda segundo o Secovi, Sorocaba atingiu a marca de segunda cidade com mais imóveis vendidos no estado. O estudo “Análise do Mercado Imobiliário do Interior de São Paulo” revelou que Sorocaba teve 1.211 imóveis vendidos entre janeiro e março, ficando atrás apenas de Campinas, que vendeu 1.417 unidades. 

Um dos motivos para esse volume de novos empreendimentos está relacionado ao crescimento populacional de Sorocaba. O último Censo (2022), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que a cidade atingiu o número de 723.574 munícipes, um aumento de 23,31% em comparação ao levantamento de 2010.

Este cenário de crescimento traz um desafio para a cidade. Segundo Almir Buganza, professor de engenharia civil e membro da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Sorocaba (AEAS), o aumento da densidade populacional traz consequências positivas e negativas.

“Os aspectos negativos estão relacionados à mobilidade urbana; disponibilidade de prestadores de serviço capacitados; infraestrutura básica; aumento da violência urbana; necessidade de mais recursos para atendimento na área da saúde; além do aumento da poluição, inclusive sonora, e do consumo de energia elétrica e água”, afirma. 

O engenheiro destaca que os aspectos positivos “estão relacionados à oferta de serviços característicos de grandes centros, que são atraídos pela demanda, trazendo à cidade novas opções na área gastronômica e serviços, que não estavam presentes na cidade; a geração de empregos nas áreas do comércio e serviços; e o crescimento cultural da população nativa de nossa cidade”, complementa. 

Análise dos impactos

Segundo Buganza, quando as construtoras pretendem lançar um novo empreendimento imobiliário na cidade, precisam fazer estudos de impactos populacionais e urbanísticos para evitar problemas. 

O primeiro passo, explica o especialista, é protocolar junto à prefeitura, na Secretaria de Planejamento, um pedido de uso do solo, preenchendo um requerimento que inclui dados do terreno, levantamento topográfico da área, matrícula da área e estudos sobre o IPTU do mesmo. 

O projeto precisa estar em conformidade com o que diz o Plano Diretor da cidade, com dados sobre a possível ocupação da região, de acordo com o número de unidades habitacionais, e os meios de acesso até o empreendimento. 

Estas análises, aponta o especialista, são parâmetros importantes para garantir a qualidade de vida dos munícipes que moram nos bairros; que as vias comportem o novo fluxo de veículos; e que os serviços básicos, como água, coleta de esgoto, saúde e educação, terão capacidade de absorver a nova demanda de uso.

“Isso garante que é viável lançar aquele empreendimento, sem ir contra as regras urbanísticas do município”, conclui.