A foliculite é um problema que pode afetar qualquer pessoa, surgir em diversas áreas do corpo e ter causas diversas. Mais especificamente, ela acontece no folículo piloso, isto é, a estrutura em que os pelos nascem e crescem.
“É uma infecção de pele que ocorre nos folículos pilosos, seja por bactérias ou fungos. Mas também pode ser causada por vírus e pela inflamação de pelos encravados”, explica a Dra. Geisa Costa, médica especialista em dermatologia e diretora clínica e fundadora do Art Beauty Center.
Sintomas mais comuns
Os sintomas da foliculite podem variar de acordo com o tipo. De maneira geral, de acordo com a Dra. Geisa Costa, essa infecção pode apresentar bolinhas (parecidas com espinhas) com pontas brancas (com pus, inflamadas) ao redor dos pelos. Inclusive, essas bolinhas podem coçar e doer.
Tipos de foliculite
A foliculite pode ser dividida em superficial e profunda. Conforme explica o Dr. Luann Lôbo, médico dermatologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a superficial atinge apenas as estruturas superiores do folículo piloso.
“Notamos na pele vermelhidão em volta do folículo, com um ponto amarelo central, lembrando uma espinha. Pode ocorrer, também, dolorimento ou prurido local. Casos mais leves respondem bem a compressas locais, medidas gerais de higiene e ao uso de pomadas e cremes prescritos pelo médico dermatologista”, explica o dermatologista.
Formas mais graves
A foliculite profunda é um caso um pouco mais grave, pois atinge áreas mais profundas da pele e pode, até mesmo, formar os chamados furúnculos. “Notamos uma área mais extensa de vermelhidão ao redor da lesão, com um nódulo endurecido no centro, contendo pus. Também ocorrem sintomas locais, como dor e coceira, além de edema (inchaço)”, explica.
Ainda segundo o médico dermatologista, a foliculite profunda pode ocasionar destruição definitiva do folículo e formar cicatriz. “Alguns casos requerem uso de medicamentos orais (antibióticos e corticoides, por exemplo), e procedimentos cirúrgicos, como a drenagem da lesão”, acrescenta.
O que causa a foliculite?
A foliculite pode ser provocada por diversos fatores. Segundo o Dr. Luann Lôbo, as causas mais comuns são: “depilação, especialmente as mais traumáticas, com lâmina ou cera; uso de roupas muito justas e que acumulam umidade na pele; hiperidrose (excesso de suor); obesidade e dermatite seborreica.”
A Dra. Geisa Costa acrescenta que esse problema geralmente afeta a estrutura dos pelos. “Por isso, pode aparecer em qualquer parte do corpo, com exceção da palma das mãos e da planta dos pés. É mais encontrada nas pernas, virilhas, braços, rosto (barba), axilas, nádegas e até no couro cabeludo.”
Diferenças entre foliculite e acne
Como em alguns casos a foliculite apresenta bolinhas vermelhas e, por vezes, o centro amarelado, algumas pessoas tendem a confundi-la com acne. Entretanto, a Dra. Geisa Costa explica que a foliculite costuma aparecer em regiões do corpo com muitos pelos.
Além disso, de acordo com o Dr. Luann Lôbo, “a acne apresenta lesões de apresentação tipicamente mais variada, e geralmente inclui os ‘comedões’ em seu quadro clínico, diferentemente do que ocorre nos casos de foliculite.”
Mas, assim como no caso das espinhas, não se deve espremer as bolinhas. Além do risco de piorar os sintomas, a foliculite também pode deixar cicatrizes. Em todo caso, o ideal é consultar um médico dermatologista, pois ele é o profissional que conseguirá fazer corretamente essa diferenciação e indicar o tratamento mais adequado.
Formas de tratamento
As formas de tratamento para a foliculite podem ser variadas, pois dependerá do tipo de infecção e sintomas apresentados. A Dra. Geisa Costa explica que podem ser indicadas pelo dermatologista medicação tópica ou oral (antifúngico, anti-inflamatório, antibiótico), novos hábitos, como a pausa da depilação ou depilação a laser e até drenagem do furúnculo.
Quando procurar por um dermatologista
Segundo o Dr. Luann Lôbo, é indicado procurar um médico quando a foliculite não melhora com o uso de compressas ou medidas gerais de higiene. “Quadros com lesões mais extensas, mais numerosas, e que geram sintomas muito desconfortáveis também devem ser avaliados pelo médico”, explica.
A Dra. Geisa Costa ressalta que a avaliação clínica é importante porque o médico pode pedir exames para complementar o diagnóstico. “Em alguns casos, a foliculite é recorrente e pode exigir um tratamento frequente”, alerta.
Como evitar a foliculite
Para evitar o surgimento da foliculite, algumas medidas simples podem ser inseridas no dia a dia. Os dermatologistas Dra. Geisa Costa e Dr. Luann Lôbo listam alguns deles:
- Se você tem tendência a ter foliculite, o ideal é buscar um método definitivo de depilação;
- Caso não seja possível optar por um método definitivo, é importante hidratar e higienizar bem a pele antes e após a depilação. O uso de cremes ou loções pós-depilação também é recomendado;
- Use sempre aparelhos/lâminas novos e limpos. Além disso, passe a lâmina na pele em direção ao crescimento do pelo. Utilize também géis de barbear que favoreçam o deslizamento adequado da lâmina;
- Evite o uso de roupas muito justas ou apertadas;
- Evite manter roupas úmidas em contato com a pele por muito tempo;
- Caso seja portador de hiperidrose (suor em excesso), busque o médico dermatologista para tratamento adequado;
- Seque muito bem a pele após o banho;
- Mantenha a pele hidratada, principalmente no inverno, já que os banhos quentes ajudam a ressecá-la.
Além dos cuidados listados, também recomenda-se visitar regularmente o médico dermatologista. Dessa forma, você consegue deixar a sua pele menos propensa a problemas dermatológicos.