Por Bruno Ribas
Ansiedade, sensações de angústia, tristeza profunda, pânico e depressão deixaram de ser questões que giravam em torno da vida adulta. Há tempos, essas emoções têm aparecido de forma mais intensa no dia a dia de crianças e adolescentes.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 em cada 5 indivíduos apresentam problemas relacionados à saúde mental na fase da adolescência. A OMS afirma também que metade das doenças dessa categoria surge aos 14 anos e que parte dos transtornos dessa categoria não são diagnosticados e nem tratados.
A instituição de ensino está numa posição privilegiada para identificar, ouvir e falar sobre o assunto, Por ser um espaço de coletividade por excelência, a escola é um ambiente propício para trabalhar o tema da saúde mental.
É, geralmente, no ambiente escolar que as crianças e jovens costumam dar os principais sinais de problemas de saúde mental. Assim a probabilidade de reconhecer essa problemática e ajudar o grupo de alunos que sofrem é maior.
Cuidar da saúde mental dos estudantes é uma maneira de formar adultos saudáveis.
Gestores, pedagogos e professores devem estar atentos a situações como essas, pois a saúde mental dos estudantes precisa ser um dos principais pontos de atenção para toda a equipe pedagógica da escola. Tornando o ambiente educacional um lugar construtivo, agradável e inclusivo.
Existem alguns sinais que profissionais da educação devem observar e dar atenção como:
· mudança repentina de comportamento;
· mudança no padrão alimentar;
· isolamento dos colegas e dos demais;
· mutilação e autolesão;
· alteração no sono;
· apatia;
· queda no rendimento escolar;
· agitação fora do comum;
· aumento na frequência de faltas;
· baixa autoestima.
De acordo com a OMS, o suicídio é a segunda maior razão de fatalidades entre os jovens, sendo assim, quando há cuidado com a saúde mental nesse ambiente, seguramente, os estudantes são conscientizados e se mobilizam com o assunto, podendo influencia-los a se atentarem aos próprios sentimentos, comportamentos e emoções, podendo solicitar auxílio, buscar por suporte dos profissionais caso seja necessário lidar com a saúde mental e, até mesmo, proporcionar ajuda aos colegas.
Esses problemas podem ter diferentes origens. A própria pressão escolar, combinada com situações da vida pessoal, social e/ou familiar pode levar ao desenvolvimento de alunos deprimidos e ansiosos. Mas, seja qual for a situação, a equipe pedagógica precisa estar preparada para perceber os sinais que a criança ou o adolescente apresenta, e também para orientá-lo para lidar com isso.
O sofrimento mental é um tema urgente e fundamental para a formação dos alunos no futuro. Lidar com o tema nas escolas é desafiador e complexo, mas é necessário trilhar esse caminho e construir um espaço de acolhimento, trocas, reflexões e aprendizagem sobre como podemos cuidar melhor de nós e do outro em nossa sociedade.
É importante cuidar da saúde mental dos alunos, desenvolvendo espaço compreensível, privilegiado e acolhedor. O cuidado com a saúde mental contribui para que a sociedade seja bem mais justa e comprometida com a responsabilidade.
Bruno Ribas é gestor educacional, comunicador e empresário