Bem-Estar

22 de junho de 2022

Cuidados com a saúde felina devem ser redobrados no inverno

Evitar doenças comuns e manter o ambiente adequado, promove mais conforto aos gatos

O inverno está chegando e a tendência é que a temperatura diminua. Da mesma forma que os humanos precisam cuidar da saúde para evitar doenças comuns, como um resfriado, os gatos também precisam de uma atenção especial, já que eles tendem a ser mais silenciosos quando há algo fora do comum.

A médica-veterinária especializada em Medicina Felina e proprietária da Clínica exclusiva para gatos “Gato é Gente Boa”, Vanessa Zimbres, enumera os problemas mais comuns neste período do ano. “Além da rinotraqueíte, conhecida como gripe felina, que acomete o trato respiratório dos gatos, os animais que já sofrem de bronquite, asma felina ou mesmo alergias, podem ter um aumento dos sintomas devido ao calor do ar forçado por aquecedores ou pelo tempo mais seco”, diz.

Além disso, “Gatos idosos que sofrem de doença articular, como artroses e artrites, também tem uma piora na dor articular, assim como acontece com humanos. Importante ressaltar também que, neste período, os gatos tendem a dormir mais, fazendo com que eles usem a caixa de areia com menos frequência, predispondo a retenção urinária e fecal e maior ganho de peso por se exercitar menos. Apesar de mais tempo de sono, isso não é motivo de preocupação. O alerta fica caso o animal fique letárgico, não se alimente normalmente, fique com os pelos feios ou emaranhados ou recuse interação com o tutor. Qualquer comportamento anormal deve ser investigado por um especialista”, completa.

Cirurgia no inverno

Caso o animal tenha passado recentemente por um procedimento ou cirurgia, os cuidados devem ser redobrados, já que existe todo um processo de recuperação. Segundo Vanessa, ter uma boa nutrição, manter o gato dentro de casa aquecido e evitando estresse, além de seguir as orientações profissionais para o pós-cirúrgico já é o suficiente.

“Uma vez que os vírus responsáveis pela rinotraqueíte felina (Herpesvírus e calicivírus) não são eliminados do organismo, a queda no sistema imune faz com que eles manifestem a doença. Procedimentos cirúrgicos, eletivos ou não, desviam a atenção do sistema imune para a recuperação cirúrgica e convalescência dando uma brecha para o vírus. Por isso é fundamental manter o organismo o mais saudável para dar suporte a imunidade do animal”, explica.

Ambiente adequado favorece recuperação

Para uma situação que envolve o frio, manter um ambiente confortável é importante tanto para manter o animal aquecido quanto evitar o estresse, ainda mais se ele se encontra em um período de recuperação após algum procedimento.

“Os gatos já são animais que buscam locais mais quentinhos para se aconchegarem, independente se estão com frio ou não. Se estiverem com frio, vão buscar locais mais quentes para se aquecer, como uma fresta de sol ou deitar em cima de mantas, por isso a importância em disponibilizar locais quentinhos. Caminhas, toquinhas e mantas nunca são demais”, diz.

Para tornar o ambiente mais rico e agradável, há diversas maneiras, como: “Oferecer uma caixa de papelão e colocá-la em locais altos e encher garrafas pet com água quente ou morna, enrolar em uma toalha e deixar junto ao gatinho nos locais em que ele gosta de dormir, sempre tomando cuidado com queimaduras”, comenta.

Ainda sobre as caixas de papelão, também é possível torná-las mais atrativas “Para deixar os gatos mais ativos e aquecidos, uma forma interessante e divertida é fazer aberturas de tamanhos diversos para os gatos colocarem as patinhas ou mesmo entrar, e brinquedos de vários modelos, com catnip (erva do gato) ou petiscos. Isso vai distraí-los por um bom tempo e atiçar a curiosidade deles”, orienta.

A especialista alerta ainda sobre o uso de aquecedores e umidificadores “Muitos aquecedores pode chegar a derreter os cabos, tomadas e a própria grelha, dependendo da temperatura e tempo de uso. Aquecedor a óleo é uma boa opção, e barata caso o tutor não tenha ar condicionado com aquecedor. É importante tomar cuidado com acidentes. Já o umidificador pode ajudar, mas nada em excesso. Se o gatinho for asmático, é importante conversar com o veterinário sobre o tempo de exposição ao umidificador”, finaliza.