Acho o amor um completo fracasso.
Quer dizer, o amor não, mas essa ideia de amor.
Toda vez que questiono alguém sobre o que é o amor, ouço um script cafona e algemado.
Respostas prontas demais, um manual tão utópico quanto impraticável.
A gente até tenta ser moderninho e incluir a não monogamia, mas no fim só estamos criando mais uma regrinha obsoleta.
Acho que entendemos tudo errado. Esse negócio de padronizar o amor é pegar uma via contrária ao que se sente… e o que é o amor, senão aquilo que te toca?
Sou a favor da anarquia no amor. Ordem é muita coisa, mas não combina com o maremoto do peito. Sentimento contraria qualquer exata e tem sido muito ignorante da nossa parte traçar um manual para a matéria mais incalculável que existe.
O amor pode ser qualquer coisa. A gente tenta dar a ele uma dimensão cinematográfica, o faz fazer cinco promessas ao céu estrelado e atos de grande impacto, mas ele gosta de brincar de miudeza e matar nosso “script” teatral.
O amor é qualquer coisa.
O amor é a monogamia
O amor é a não monogamia
Amor é sexo com amizade
Amor é amizade com sexo
O amor mora debaixo do seu teto e dá dois espirros matinais
O amor vive em outro continente e só te abraça no dia 15 de janeiro
O amor te faz companhia por três décadas
O amor toca sua campainha e te dá 3 horas de eternidade
O amor beija sua testa
O amor te beija partes que você nem sabia que existiam
O amor arde
O amor faz parar de arder
O amor toca o peito sem grandes burocracias
Então…
amor, si quieres, mandamos ese script a la mierda.