Inaugurando nossa coluna no Portal Sorocaba.com, resolvi entrevistar uma pessoa que é extremamente apaixonada por café, uma pessoa que carrega muita experiência e que transmite uma paixão e segurança quando conversa sobre essa bebida tão adorada: Fernanda do Bridge Home & Coffee.
Conheci a Fernanda e seu espaço e desde então as visitas e as conversas são frequentes, então vamos compartilhar um pouco dessa vivência aqui?
Espresso Dia: Qual é a sua primeira memória sobre café?
Fernanda: Café Pilão. Bebida escura e amarga.
Espresso Dia: Fernanda, como e quando você começou a se interessar pelo café?
Fernanda: Foi numa viagem que fiz junto com o meu esposo para Melbourne em 2015. Ele já conhecia a cidade antes e falava muito sobre a cultura de café de lá. Logo o primeiro copo de Flat White que pedimos para viagem em uma cafeteria já me impressionou. Era para ser só um gole para experimentar, tomei quase ele inteiro rs. Naquela viagem mesmo decidimos procurar uma escola para fazer o curso de barista, porque eu queria saber por que o café de lá era tão gostoso mesmo sem açúcar e como fazer a harmonização tão perfeita entre o espresso e o leite para tornar a bebida sedosa, e daí descobri o mundo do café especial, um caminho sem volta.
Espresso Dia: Como você define o seu trabalho atualmente?
Fernanda: Defino como uma junção de hobby + criatividade + bem estar. Aqui no nosso espaço temos as peças de decoração, criamos arranjos permanentes personalizados aos clientes e agora temos um cantinho de café para as pessoas fazerem aquela pausa no meio da correria de uma vida urbana. Queremos que as pessoas se sintam bem e acolhidas aqui, seja tomando um café especial, um chá ou apreciando o ambiente.
Espresso Dia: Quais são os pilares de um boa xícara de café?
Fernanda: Além de um café de qualidade, a consistência no preparo é muito importante. Nesta consistência inclui o tipo de água, a temperatura dela, a proporção e a mão de quem o faz. Fora a parte técnica, uma dose especial de carinho e atenção que a gente coloca durante o preparo também torna o café mais delicioso.
Espresso Dia: Atualmente, qual é o seu método de café preferido e qual é a sua bebida com café preferida?
Fernanda: Café coado, e não tenho preferência sobre o tipo de coador. Sobre a bebida favorita, se tiver que citar uma específica, seria Flat White de Melbourne, a bebida que mais me marcou.
Espresso Dia: O cenário cafeeiro passou e vem passando por mudanças nos últimos dez anos, o que tem achado? Estamos passando pelo “boom do barismo?
Fernanda: Desde a terceira onda do café, que é a do café especial, vemos o crescimento contínuo desse mercado. Aqui no Brasil, essa onda veio mais tarde com relação à Europa e aos Estados Unidos, mas com certeza sentimos mudanças nítidas nos últimos dez anos. Lembro que em 2015, quando voltei da Austrália, a gente ia sempre para São Paulo à procura de cafeterias que serviam cafés especiais, porque não tinha aqui em Sorocaba, mas hoje já temos várias cafeterias com cafés muito bons aqui na cidade, isso com certeza tem a ver com o crescimento do público que já conhece e que busca cafés de qualidade.
Espresso Dia: Houve uma mudança de comportamento do consumidor de dez anos atrás para o consumidor atual?
Fernanda: Com certeza, porque até o meu mudou! 10 anos atrás eu ainda desconhecia o café especial. Hoje existe cada vez mais procura pelo café de qualidade, seja gourmet ou especial e aqui na Bridge percebemos que a maioria dos nossos clientes já tem o hábito de tomar café sem açúcar, isso em 10 anos atrás era com certeza algo bastante incomum. Outra grande mudança é a aceitação do público com relação aos cafés filtrados. Em 10 anos atrás, se eu servisse um café feito no V60 para uma pessoa qualquer, com certeza ia falar que o café é muito fraquinho, é um “chafé”. Mas hoje, muitos já chegam aqui abertos para provar cafés diferentes feitos no V60 ou na prensa francesa, tentar sentir notas sensoriais que o café escolhido lhes proporciona.
Espresso Dia: Você tem algum mentor no café e o que ele lhe ensinou de mais especial?
Fernanda: O meu primeiro mentor foi o meu esposo, Derek Wang, foi ele quem me levou para Melbourne e mostrou a bebida de café mais marcante da minha vida. No Coffee Lab, quando fiz o curso de barista sênior, tive a sorte de ter tido aula com a Luiza, que me ensinou técnicas práticas de forma muito didática e isso foi fundamental para consolidar meus conhecimentos sobre o café como barista. E, mais recentemente, a Mia Machado, uma pessoa com quem eu tenho trocado muitas ideias sobre café e tenho aprendido muita coisa com ela.
Espresso Dia: Qual é a sua cafeteria preferida atualmente e por quê?
Fernanda: Olha, se me deixasse eu citaria uma lista, gosto de cada lugar que eu visito por algum motivo. Então vou dizer a que mais me marcou e inspirou, que foi Kurasu, em Kyoto, pelos cafés, pela conversa e pelo ambiente. Daqui do Brasil, gosto muito de Por Um Punhado de Dólares, em São Paulo, foi lá onde tomei o melhor latte que já tomei nas cafeterias do Brasil, preparado pelo próprio Robinho e gosto muito da ideia dele de fazer o café especial uma bebida mais acessível em todos os sentidos à população em geral.
Espresso Dia: Café com açúcar?
Fernanda: Eu tomo café sem açúcar e recomendo que as pessoas tomem sem também se desejarem degustar e sentir as notas sensoriais do café, mas nada contra quem toma com açúcar, até porque de vez em quando vou para Starbucks, tomo também bebidas de café adoçadas rs.
Serviços:
Bridge Home & Coffee
Endereço: Rua Perdizes, 18 – Jardim Paulistano, Sorocaba – SP, 18040-720
Funcionamento: seg à sex das 10:00 – 18:00; sáb das 10:00 às 14:00