Dá Trabalho

13 de junho de 2023

Desmotivação profissional: confira dicas para recuperar a disposição no trabalho

Acredito que não haja ser humano algum no mundo que acorde motivado todos os dias. Mesmo aqueles expoentes em suas profissões, como atletas de alta performance com aptidão nata, passam por períodos de desmotivação e desinteresse. Todos que têm uma rotina diária, com um emprego menos glamouroso que de um artista ou atleta, são sucumbidos em algum momento pela rotina diária. Isso é muito comum e não há nada de anormal. É totalmente aceitável que tenhamos dias com menos produtividade, entretanto, isso se torna um problema quando a desmotivação se torna parte constante dos dias.

Muitos são os motivos que levam um trabalhador a sentir-se desmotivado. Em muitas das conversas, ouço relatos de quem tem paixão pelo que faz, gosta da empresa, entretanto não se sente importante para a companhia. A falta de reconhecimento por parte dos contratantes se deve, muitas vezes, à pressa do dia a dia e, consequentemente, a falta de tempo para olhar com atenção para a equipe. Também são comuns tipos de gestão à moda antiga, em que o “chefe” gosta de manter uma distância dos subordinados e não julgam relevante dar uma avaliação a eles. Por falta de observação e até mesmo empatia, pouco a pouco acabam minando a motivação de profissionais engajados.

Ademais, além de não darem um “feedback[1] positivo, muitos líderes, ou melhor, “chefes”, acabam focando justamente nos erros e em resultados não alcançados. Esse tipo de conduta repetidamente acaba desanimando o colaborador, como também prejudicando sua autoestima. Muito desse comportamento é herdado de gerações passadas, em que o dirigente era alguém no comando apenas delegando tarefas de modo autoritário e apontando falhas da equipe. Essa postura bastante ultrapassada, mas ainda comum, infelizmente, resulta em afastamento e receio por parte da equipe em se comunicar, com ocultação de informações e até mesmo medo em ficar na presença do chefe. Os que agem assim ainda não compreenderam que a equipe precisa sentir confiança e liberdade para falar sobre as dificuldades que aparecem no desenvolvimento dos trabalhos, como também para propor novos projetos e aprimoramento do que já está em desenvolvimento.

Com frequência ouço relatos ainda de trabalhadores que estão há muitos anos na mesma empresa, fazendo dia após dia a mesma coisa, e que já não sentem a mesma satisfação pelo trabalho. “Sempre gostei do que faço, mas é cansativo fazer a mesma coisa depois de tanto tempo. Gostaria de aprender coisas novas, mas aqui não tem essa oportunidade”, ouvi recentemente de um operador de máquinas.

Se o seu caso for como um dos acima e a desmotivação tomou conta de sua rotina, o que fazer?

A primeira situação é refletir internamente sobre quais são os reais motivos que te levaram a esta desmotivação. Esse é um processo que pode levar um tempo, mas é importante que seja feito com carinho, atenção e honestidade para que descubra as origens. Com um diagnóstico exato é mais fácil definir quais atitudes pode fazer para mudar essa situação.

É importante também que faça uma reflexão de sua vida pessoal. É muito comum que problemas de relacionamento em casa, dificuldades financeiras e até mesmo de saúde nos causem uma apatia tão grande que acabamos transferindo esse sentimento para o trabalho. É praticamente impossível desligarmos completamente do problema, entretanto, nos conscientizar sobre os reais motivos auxiliam a “separar as estações”. Nesse sentido, processos terapêuticos de autoconhecimento, com acompanhamento profissional, são excelentes para maior compreensão de suas motivações internas.

Investir em novos cursos e conhecimentos que possam aprimorar seu trabalho ou ainda abrir oportunidades para promoção da carreira também são sempre bem vindos para resgatar o entusiasmo. Ao surgir oportunidade, converse com o superior a respeito de novas oportunidades e promoções: é importante que ele saiba sobre sua aspiração para crescer. Se depois de tudo isso a falta de animação com o trabalho persistir, talvez seja hora de pensar em um novo desafio profissional.

O líder sou eu: como resgato a motivação de minha equipe?

Respeito, educação e gentileza transformam qualquer local e um ambiente mais agradável. Todas as pessoas gostam de ser reconhecidas pelo que fazem e por suas qualidades. Não tenha vergonha ou receio em elogiar um trabalho bem feito ou as características de cada colaborador. Um detalhe importante: elogios são feitos em público, enquanto necessidades de ajustes devem ser feitas em particular. Todo e qualquer feedback, mesmo que negativo, pode ser feito de maneira positiva, de forma que o colaborador compreenda a conversa como um estímulo ao aprimoramento.

Aliás, uma comunicação clara e assertiva é fundamental em qualquer ambiente. Tenha certeza que seus planos e metas estejam totalmente compreendidos por todos os membros da equipe e, importantíssimo frisar aqui, que os objetivos sejam possíveis, afinal, não adianta ter uma equipe qualificada, mas que não sabe para qual direção estão remando, correto?

Muitas vezes os funcionários dão sinais sobre situações que não vão bem na empresa e sobre pequenos descontentamentos que vão se tornando gigantes ao longo do tempo. Mostre-se disponível e crie um ambiente de diálogo empático a todos. Em uma atmosfera amigável, todos se sentem parte importante e querem continuar remando ao mesmo horizonte.

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[1] Feedback é uma resposta dada a um profissional com o intuito de estimulá-lo. Uma avaliação que pode ser positiva, construtiva ou negativa. Essa ferramenta é eficiente por permitir que a comunicação flua melhor dentro do ambiente corporativo.

Péricles Régis

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Péricles Régis

“O cara das vagas”, como é conhecido, é criador do Parceria Social de Empregos, projeto social de compartilhamento de vagas que já ajudou cerca de 100 mil pessoas a se recolarem no mercado de trabalho. Péricles Régis está em seu segundo mandato como vereador em Sorocaba. Eleito por duas vezes com campanhas custo zero, abdicando inclusive do fundo eleitoral, tem forte atuação em articulações de políticas públicas para geração de emprego, estímulos ao empreendedorismo, qualificação profissional e educação política.