Repenseria

8 de setembro de 2022

Conheça a Jenifer Corrêa

Olá, gente querida. Muito prazer!

Que alegria estrear a minha coluna por aqui. Vai ser muito bom poder compartilhar com vocês os meus conhecimentos sobre finanças e investimentos, as minhas experiências como empreendedora e os meus questionamentos sobre o mundo.

Começo destacando que dinheiro também é assunto de mulher. Numa sociedade capitalista e patriarcal, ele é o passaporte para construirmos o nosso caminho de forma autônoma. E nos libertarmos de situações de submissão ou violência nas nossas relações. Situações que aconteciam muito no passado, mas, infelizmente, ainda se repetem no presente.

Nas rodas de conversa que eu conduzo sobre esse tema, a primeira coisa que gosto de falar é: dinheiro é um assunto muito mais de humanas do que de exatas.

(Aliás, em breve, eu vou fazer uma roda de conversa sobre dinheiro para mulheres em Sorocaba. Fiquem de olho que vou divulgar por aqui quando abrirem as inscrições).

A minha metodologia para falar sobre dinheiro vai além dos cálculos, das planilhas e das rentabilidades. Considerar os números é importante, claro. Mas, para construir uma boa relação com as suas finanças, é necessário primeiro olhar para dentro.

Não é à toa que as áreas de estudo relacionadas à Psicologia Econômica e à Economia Comportamental têm se fortalecido tanto nos últimos anos. Vou falar bastante sobre esses temas por aqui.

Mas para hoje, a proposta é mais simples. Me apresentar para vocês. (:

Prazer, eu sou a Jenifer

Nasci em Sorocaba, assim como a maior parte da minha família, tanto da parte de pai, quanto de mãe. Eles foram criados entre a Parada do Alto e a Barcelona. Já eu passei a infância e a adolescência no Abaeté, bem antes de existir o Parque das Águas.

No lugar dele, havia um campo de futebol de várzea, que sempre alagava na época das chuvas de janeiro. Uma memória forte que carrego até hoje é de uma enchente que tomou conta da maioria das casas do meu bairro, até a rua debaixo da minha casa.

Cresci jogando bola descalça numa chácara com minhas primas e meus primos por parte de pai. E também na rua com meu irmão do meio e meus vizinhos, numa época em que criança ainda brincava fora de casa. E que o futebol feminino não tinha qualquer visibilidade. Salve, Marta!

Na minha família paterna, adultos e crianças, homens e mulheres sempre jogaram bola juntos. Cresci achando isso natural, até eu perceber, depois de grande, que era algo incomum.

O fato é que o futebol permeia a minha história familiar – tive até tio por parte de mãe que jogou no São Bento. E algumas das minhas melhores memórias de vida estão relacionadas a jogar bola.

Curioso é que, apesar disso, nunca tive muita paciência para torcer para algum time. Meu negócio mesmo é jogar. Sou boleira até hoje, aos 36 anos. E espero não parar até ficar velha. (É possível, viu? Meus tios já passaram dos 60 e jogam com a gente até hoje.)

Falando em tios, tenho muitos. E primos também. Mas eu fui uma das poucas pessoas da família que construiu a vida adulta fora de Sorocaba.

Em 2006, eu passei na USP e me mudei para São Paulo para cursar jornalismo. É onde eu moro até hoje. Mas vira e mexe eu passo na nossa terrinha para jogar bola com a família e comer uma coxinha da Real com um capuccino (grande, por favor). Ou um torresminho com cerveja gelada no 2 Zé. Gostoso demais.

Ah! E fica a dica que no 2 Zé tem Tijuca, hein? Lembrando que isso aqui não é publi. Nem da Tijuca, nem do 2 Zé. O nome disso é afeto. E afeto bom é sempre orgânico. ??? 

Eu tomei Tijuca pela primeira vez em Belém, em 2016, quando viajei de férias para a Amazônia. Foi a minha primeira viagem longa sozinha. Uma delícia! Recomendo também. Tanto a Amazônia, quanto a Tijuca, quanto viajar sozinha.

Mas de volta a Sorocaba, tenho muito carinho pela minha terra. Não posso deixar de observar, entretanto, que vir estudar em São Paulo, em uma universidade pública, mudou totalmente o meu destino.

Faço parte da primeira geração de mulheres da minha família a cursar ensino superior. Consequentemente, a primeira geração também a ter pós-graduação. A primeira a falar inglês e a já ter saído do país. A primeira a conseguir investir na própria carreira, a viajar sozinha. E agora também a primeira a empreender por escolha própria.

Vir para São Paulo ampliou meu leque de possibilidades de como viver a vida. Abriu espaço para eu me reconhecer como uma mulher que sonha grande e deseja ter uma vida mais livre.

Meu desejo agora é devolver um pouco do que aprendi para o lugar de onde eu vim. Para não esquecer das minhas origens e, principalmente, por respeito e gratidão pela história de quem veio antes de mim.

Como eu cheguei no mercado financeiro?

No meu terceiro ano de faculdade, caí de paraquedas em um estágio no mercado financeiro. Pagava bem e eu precisava me sustentar aqui na capital.

O tempo passou e confesso que até tentei, mas não consegui mais largar dessa área profissional. Quem acredita em karma me diz que é por isso. Talvez até seja.

Em um primeiro momento, eu repetia para mim mesma que precisava ficar só porque precisava da grana. Depois, com a vida financeira um pouco mais estabilizada, percebi que o que eu sentia, na verdade, era uma mistura de amor e ódio pelo mercado financeiro – que estou vendo até hoje se Freud consegue explicar.

Durante a pandemia, me apaixonei por podcasts e por psicanálise. Depois de estudar um pouco sobre esse assunto, decidi iniciar o meu próprio processo analítico. Aliás, recomendo muito a psicanálise (séria e laica) para quem também quer entender melhor os próprios desejos, viu? Principalmente os mais bizarros e fora do padrão, que todas e todos temos, mas acabamos reprimindo. Coisa de humanos.

Me reconheço hoje como uma pessoa curiosa, com múltiplos interesses. É o meu jeitinho. E vai ser essa saladona mista que vocês vão experimentar aqui na minha coluna.

O tempo passou e consolidei a minha carreira. Trabalhei por 13 anos com comunicação corporativa dentro de grandes instituições financeiras e fintechs, mas sempre com uma pegada de democratizar o acesso às informações sobre investimentos para as pessoas comuns. Como eu e você.

Participei de projetos bem legais, como o que resultou na inserção da Educação Financeira no currículo das escolas públicas e privadas. Em 2020, esse tema entrou para a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de forma interdisciplinar. Vou falar mais disso por aqui também.

E atenção! Se você que está aí me lendo agora ainda é jovem (saudades), precisa saber que nem sempre teve esse tanto de gente falando sobre finanças de baciada. Esse hype é recente.

Quem é cringe, como eu, vai se lembrar da época em que investimento era assunto só de gente muito rica. E não faz tanto tempo assim não, viu? É coisa de dez anos atrás.

Hoje, as informações e os produtos financeiros estão bem mais acessíveis. Ainda bem! E a minha ideia é conversar com vocês por aqui sobre esses temas de uma forma leve e bem humorada. Para todo mundo entender e conseguir fazer melhores escolhas financeiras para si.

Repenseria: meu projeto autoral

No ano passado, eu pedi demissão de um cargo de gestão para começar a empreender. Criei a Repenseria, a minha consultoria de comunicação e conteúdo, especializada em finanças. Presto serviço para grandes empresas.

Tomei essa decisão para construir um caminho de vida mais autoral e conectado com a minha essência. E também para voltar a ser dona do meu próprio tempo. Como eu sempre quis.

Não tem sido uma jornada fácil. Nem do ponto de vista financeiro, nem do emocional. Ao mesmo tempo, nunca me senti tão realizada profissionalmente. Meu negócio está se consolidando rapidamente e hoje eu trabalho com o mercado financeiro de uma forma que realmente faz sentido para mim.

Tanto que eu quero inspirar outras pessoas a também encontrarem a coragem necessária para bancar para o mundo quem realmente são. Com todas as dores e delícias que isso implica. Bora?

Para finalizar, deixo uma reflexão para você:

Qual é a primeira palavra que vem na sua cabeça quando você pensa em dinheiro?

Pode não parecer, mas essa palavra diz muito sobre as suas decisões financeiras. 

Pensa nisso. E até a próxima coluna!

Jenifer Corrêa

Jornalista formada pela USP, com 15 anos de experiência na área de Comunicação, gerindo projetos de conteúdo e educação financeira. Atuação em grandes instituições financeiras, como B3, Serasa Experian, Itaú e Santander, na agência de notícias Thomson Reuters e nas startups GuiaBolso e alt.bank. Pós-graduada em Administração de Empresas pela FGV. Fundadora da Repenseria, consultoria independente de comunicação e conteúdo, especializada em finanças.

  oie@repenseria.com