Agaquê

20 de junho de 2022

Marino da Sonhadora: com as aventuras do canoeiro, cultura e história do Baixo São Francisco em quadrinhos

As aventuras do Marino da Sonhadora são a linha que conduz ao melhor conhecimento da vida e transformações do Baixo São Francisco ao longo da vida do canoeiro.

Marino da Sonhadora é mais uma iniciativa cultural da Canoa de Tolda – Sociedade Socioambiental do Baixo São Francisco, entidade que desde 1998 atua no trecho baixo do rio São Francisco, em Sergipe e Alagoas.

O primeiro álbum Marino da Sonhadora – É Canoeiro! inaugura o selo Edições da Canoa voltado para publicações culturais, educacionais e científicas tendo como referência o território do Baixo São Francisco.

O livro, no formato 23 x 30,5 cm, tem  97 páginas com impressão em preto monocromático sobre papel pólen, das quais nove páginas de encartes em cor. A capa, tipo brochura em papel triplex, conta com orelhas onde há textos de apresentação.

O Projeto

Contar as histórias do grande canoeiro foi uma forma escolhida para falar de uma região desconhecida da maior parte dos brasileiros.

Quando o canoeiro Marino da Sonhadora, relata suas aventuras, fala das gentes do Baixo São Francisco, seus modos de vida, sua rica cultura e suas histórias

O Mundo do Marino da Sonhadora

As histórias do canoeiro se desenrolam inicialmente no Baixo São Francisco, em Sergipe e Alagoas, podendo, ainda, ocorrer em outros lugares. Marino era canoeiro da margem, mas também aventureiro, assim como seu pai, que não negava um embarque para outros portos, seja onde fossem. A vontade de conhecer o mundo, navegar por outras águas era grande desde menino.

Quem é o Marino da Sonhadora

Canoeiro de barra a barra, filho, neto e bisneto de mães e filhas de santo, pelo lado materno. Corpo fechado, protegido de Oxum e também de cangaceiro famoso, aventureiro, dominava artes marciais (“uma arte que mestre Wu me passou, Vin Tsun Kuen”, explicou), bom na faca, mas cabra de paz, viajante (“andejo”, preferia), desenhista, namorador de muitas paixões beiradeiras, sertanejas, praieiras, costeiras.

A perspectiva dos autores é de que seja possível apresentar um pouco da vida que se levou neste ainda esquecido e pouco conhecido Baixo São Francisco.

O Livro 1

O primeiro livro do Marino da Sonhadora tem ambientação no início dos anos 40 do século vinte, época da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, após o afundamento de vários navios brasileiros pelo submarino alemão U-507 nos litorais de Sergipe e da Bahia. Foram eventos que causaram impacto na sociedade das cidades e comunidades do Baixo São Francisco próximas da foz do grande rio.

Numa região até então ainda extremamente isolada do resto do Brasil e do mundo, as ramificações dos efeitos da guerra se faziam notar pelos mais variados personagens que circulavam pelo porto de Penedo, porta de entrada para as diversas brenhas do Brasil.

Marino da Sonhadora, o mais jovem canoeiro da margem – nem por isso pouco experiente – viverá, junto com seu inseparável companheiro Cascabulho, uma inesperada e atribulada aventura ao se envolver em um episódio diretamente relacionado com a guerra paralela, subterrânea, que se desenrolava por diversos lugares do mundo, fora dos cenários onde aliados e as forças do Eixo se enfrentavam.

O esquecido Baixo São Francisco, localizado no (na época) quase deserto e longo trecho de costa inóspita entre Salvador e o Recife, ofereceria condições ideais para que aventureiros de outros lugares, com objetivos os mais diversos, aqui se instalassem.

Pela sua experiência, pelo conhecimento perfeito que tinha da navegação entre a foz do rio e o alto sertão, a grande carreira do Baixo São Francisco, Marino foi contatado por soturno agente europeu para uma não menos estranha e secreta missão. A bizarra proposta, com objetivos desconhecidos, posto que secretos, uma vez relacionados “à segurança dos países aliados envolvidos na guerra…”, segundo o agente europeu, seria encarada por Marino como mais um desafio para seu espírito aventureiro: “meu negócio era navegar, estar ali, na popa da canoa, com tempo bom, tempo ruim, a refrega arrochando… e, não vou dizer que não era um frangote com ousadia…”

No xangô de Pai Zuza, no alto do Oiteiro da velha cidade do Penedo, os búzios falaram: “tem coisa pela frente…”

Mesmo tendo o entendimento dos inúmeros riscos, Marino embarca na missão, não sem antes tomar suas precauções… No entanto, as dúvidas persistem, mas, uma vez deixado o porto, não há volta para a canoa, que tem que seguir pelas carreiras do rio, vida de canoeiro da margem.

Os Autores

Carlos Eduardo Ribeiro Junior

Está no Baixo São Francisco desde 1997, voltado para a preservação do meio ambiente, cultura e história da região, com ênfase no Patrimônio Naval. Coordenou o restauro da tradicional canoa de tolda Luzitânia (de porte semelhante ao da canoa Sonhadora de Marino), ponto de partida das histórias das navegações no Baixo São Francisco, possibilitou a criação do projeto com os relatos de Marino da Sonhadora. Carlos Eduardo é autor dos textos, roteiro e esboços da obra e coautor do projeto gráfico da publicação.

Federico de Aquino

Artista visual, trabalha com ilustração e quadrinhos desde os anos 90. Através de seu trabalho na publicação “Bordejo”, sobre os saveiros baianos, embarcou no projeto do Marino. Em busca da melhor inspiração e conhecimento técnico e do local para o trabalho das ilustrações do livro, Federico veio ao Baixo São Francisco para um mergulho nesse mundo esquecido onde, durante vários dias, navegou a bordo da canoa Luzitânia entre a foz do Velho Chico e o alto sertão. Com sua arte, Federico é o ilustrador e coautor do projeto gráfico da obra.

Conheça mais sobre o projeto do livro Marino da Sonhadora no Catarse, através de campanha para obtenção de recursos destinados à publicação do livro.

https://www.catarse.me/marino_da_sonhadora_e_canoeiro?ref=ctrse_explore_pgsearch

Veja abaixo a matéria do InfoSãoFrancisco “Canoeiro Marino da Sonhadora: natureza, cultura e história do Baixo São Francisco em quadrinhos” e entrevista com os autores.

Créditos:

Todas as imagens – Canoa de Tolda/Edições da Canoa

Paulo Lisboa

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Sou pesquisador, leitor e trabalho com quadrinhos desde 2008. Editei e diagramei mais de 50 títulos como freelancer para editoras nacionais, entre eles The Walking Dead / Os Mortos-Vivos, Spawn, Concreto, The Rocketeer, entre outros.

Em 2015 junto com alguns amigos, lançamos a Editora EDDA e publicamos “Biosfera Poética” e “Mishto” e participamos das principais feiras do meio como FIQ em Belo Horizonte-MG, Comic Expo em Santos-SP e Ilustradoria em Sorocaba-SP.

Fui palestrante no 1 CONAHQ – Congresso Nacional de Histórias em Quadrinhos (2016 – Recife-PE) com o tema “Nos Bastidores de uma HQ e para a Universidade Belas Artes (2020 – Sorocaba-SP) com o tema “Bastidores da diagramação de quadrinhos”.

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