A solidão pode ser traiçoeira, mas se souber dar as mãos na hora certa, pode também ser uma grande amiga.
Era um domingo, mas não qualquer domingo. Era dia de almoçar com ela (a solidão). preparei um clássico de família: macarronada! Quantas histórias em volta de uma mesa tiveram esse prato como protagonista do momento? Quantas famílias sorriram até doer a barriga, contaram sobre a descoberta de uma gestação, sobre o novo emprego, sobre o desemprego… tudo ali, no almoço de domingo.
Não era qualquer domingo.
Fiz um acompanhamento diferente. Molho de moranga com creme de leite e vinho para acompanhar.
Sentamos, nos olhamos e lágrimas vieram.
Foi um encontro diferente daqueles costumeiros de domingo.
Foi um encontro diferente com ela.
Um encontro comigo mesma.
Nosso primeiro almoço não teve conversa ou sorrisos. Apenas a certeza que é possível dar as mãos para a solidão, sermos boas companheiras naqueles momentos onde ninguém poderá compartilhar, a não ser ela.
Nosso date não foi triste. Esqueça isso.
Estamos aprendendo a ser felizes, juntas.
Foto: Toa Heftiba