Cotidiano

19 de julho de 2022

Salto retoma rodízio no abastecimento devido ao baixo volume do Buru

Período de seca está castigando cidades da Região Metropolitana de Sorocaba

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, a previsão é de que até o final do mês não chova em Sorocaba e região. A seca prolongada não apenas reforça a importância do uso racional da água, como também está provocando desabastecimento. É o caso de Salto, na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), que está retornando com o sistema de rodízio no abastecimento devido ao baixo volume do Ribeirão Buru.

Essa medida já havia sido adotada na cidade entre os dias 15 de maio e 1º de junho. De acordo com o Saae de Salto, a água não está conseguindo passar pela barragem localizada ao lado da ETA João Jabour, que capta e trata a água do Ribeirão. Isso significa que a captação já está prejudicada e, em consequência, menor do que o ideal.

O rodízio começou nesta segunda-feira (18) pelos grupos C e A. No grupo C, a distribuição de água será interrompida todos os dias, entre as 8h e 20h; no grupo A, a interrupção no fornecimento de água já começou no domingo (17), desde as 20h, e permanece sem distribuição até as 20h desta terça-feira (19). Ainda nesta terça-feira (19), será a vez do grupo B ficar sem água por igual período, de 24 horas; e, assim, vai se alternando com o grupo A em abastecimento e desabastecimento. Os bairros pertencentes a cada grupo podem ser conferidos nos boletins que serão disponibilizados diariamente no site da autarquia.

O rodízio deve permanecer até que o Ribeirão Buru se recupere a um nível satisfatório. No mês passado, choveu apenas 18,2 milímetros na cidade; já, em maio, foi registrado 36,4 mm e, em abril, 10,1 mm, enquanto em janeiro choveu 284 mm.

Em Sorocaba

No caso da represa de Itupararanga, responsável pelo abastecimento de 85% de Sorocaba e de sete cidades da região, o volume útil de água está em 44,03%, uma queda de 2,34%, se comparado ao primeiro dia do inverno — um mês atrás — quando o percentual estava em 46,37%. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Sorocaba informou que, nesta segunda-feira (18), o sistema Ferraz/Castelinho operava com 88%, e o Ipaneminha, com 86%. Segundo a autarquia, a implantação de um novo rodízio na cidade de Sorocaba está descartado no momento, mas estão sendo monitorados os níveis, além da análise dos dados e avaliação do volume das chuvas.

O nível atual dos mananciais é considerado satisfatório e os reservatórios apresentam, atualmente, condição mais favorável do que no mesmo período do ano passado. “A ETA Vitória Régia se tornou importante alternativa às adutoras que trazem água da represa de Itupararanga, pois permite que Sorocaba tenha mais autonomia em relação a esse manancial, bem como para abastecer toda a cidade, graças à implantação de 10 quilômetros de novas adutoras, interligando cinco Centros de Distribuição. Mais investimentos nessa unidade também estão previstos, inclusive para ampliar a captação de água a atender, diretamente, ao menos mais dois reservatórios da cidade: YKK e Vitória Régia”, informa em nota.

A autarquia tem realizado também investimentos no Programa de Controle e Redução de Perdas como redução das pressões nas redes de distribuição, por meio de instalações de Válvulas Redutoras de Pressão; setorização dos centros de distribuição, com a implantação de macromedidores; combate a ligações clandestinas e fraudes; troca de hidrômetros, visando minimizar submedição; pesquisa de vazamentos não visíveis (caça-vazamentos); redução do tempo de resposta aos chamados de vazamento; substituição de redes antigas.

Consumo acima da média

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), 110 litros de água por pessoa, ao dia, são suficientes para atender às necessidades básicas do ser humano. Porém, a média do Brasil é de 154 litros, ao dia, e 187 litros, ao dia, em Sorocaba, segundo levantamento do Saae/Sorocaba, a partir de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) 2020, estudo mais recente sobre o tema. Ou seja, o sorocabano consome acima da média do país e do recomendado pela ONU e pela OMS.

Nesse sentido, o Saae/Sorocaba considera que o consumo consciente da água pela população é fundamental para a preservação dos mananciais hídricos do município, independentemente da época do ano. Para evitar gastos desnecessários, desperdícios e economizar água é preciso se atentar a alguns fatores como fechar bem as torneiras após o uso e enquanto escova os dentes ou faz a barba; evitar banhos demorados; antes de lavar a louça, remover restos de comida dos pratos e das panelas, deixando-os de molho; evitar lavar as calçadas e o carro com mangueira; molhar as plantas ao entardecer ou amanhecer, quando o sol é mais ameno; utilizar a capacidade máxima da máquina de lavar roupas e ficar atento a possíveis vazamentos em pias, chuveiros e vasos sanitários. (Virginia Kleinhappel Valio) (Cruzeiro do Sul)