Exposição “blz | Ocupação Mônica Nador + JAMAC”, abre visitação a partir de outubro no Sesc Sorocaba
Desenvolvida em parceria com o Jardim Miriam Arte Clube (JAMAC), a ocupação apresenta pinturas em tecidos feitas com a versatilidade da técnica do estêncil – uma das linguagens das Artes Visuais – e convida o público a participar de uma série de ações educativas nos próximos meses
O Sesc Sorocaba recebe a partir do dia 26/10 a exposição “blz | Ocupação Mônica Nador + JAMAC”. Com curadoria de Bruno Oliveira, a mostra reúne obras da artista Mônica Nador (Ribeirão Preto/SP, 1955) e outras criadas pela comunidade do Jardim Miriam. Os trabalhos retratam a beleza, noção curativa, balsâmica e didática – por meio da linguagem das Artes Visuais – em tecidos com estampas gráficas.
A seleção busca despertar o interesse e apresentar aos visitantes o trabalho desenvolvido no Jardim Miriam Arte Clube (JAMAC), um espaço cultural idealizado em 2004 por Mônica, localizado na periferia da cidade de São Paulo. O acervo têxtil de estampas produzidas no JAMAC se soma ao material elaborado durante um programa de ações artísticas (que acontecerão no Sesc Sorocaba no período da exposição), resultando em um espaço expográfico com características mutáveis.
Em um excerto de texto de abertura da exposição, Danilo Santos de Miranda, Diretor do Sesc São Paulo, sintetiza a mostra: “Abreviatura da interjeição beleza, ‘blz’ dá título a esta exposição que conjuga diferentes acepções do substantivo. Aqui, o trio de letras abarca tanto o que se mostra belo quanto o que indica firmeza, no sentido acolhedor e solidário dessa outra locução popular. Nada mais coerente com a proposta do Sesc, que tem nesses valores as suas bases de atuação. Ao receber o JAMAC, a instituição agrega potência a essa iniciativa eminentemente insubmissa e colaborativa, que chega em sua maioridade mostrando o quão efetiva e o quão ‘firmeza’ ela é nos contextos em que atua”.
Após 18 anos de atuação no JAMAC, Mônica passou a abordar a existência de uma outra dimensão de beleza, um “rebelo”: a produção de beleza que está intrinsecamente conectada com a presença, participação e disputa de sentidos, promovida por movimentos sociais nos chamados “espaços protegidos”. Ao revisitar o conceito desenvolvido em texto para o portal Vitruvius (2002), Nador apontou para a existência de uma quarta dimensão da arte: além de curativa, balsâmica e didática, rebelde.
As obras ficarão disponíveis para visitação no Espaço de Exposições do Sesc Sorocaba até o dia 26/2/23.
SOBRE O JAMAC
O ateliê Jardim Miriam Arte Clube (JAMAC), criado por Mônica Nador e outros parceiros, é um espaço cultural gratuito, localizado na região de Cidade Ademar, periferia da cidade de São Paulo, que consolidou sua atuação a partir do objetivo central de construir processos que estimulem encontros entre arte e vida, estética e política. Desde 2004, o JAMAC tem desenvolvido práticas e oficinas continuadas de estêncil, serigrafia, yoga e cinema para o público em geral e diversas propostas que se situam na intersecção de arte e formação para a cidadania, diversidade, memória e direito à cidade.
“O impulso para isso passa pela promoção do protagonismo na constituição dos espaços da cidade – trabalho que o JAMAC desenvolve pela mobilização de forças coletivas, fomentando competências capazes de disparar microrrevoluções estéticas, na mesma medida em que suscita intercâmbios entre as pessoas e suas histórias. A despeito das desigualdades estruturais na sociedade, esse organismo insiste em seguir latejando e rompendo barreiras, fazendo frutificar a arte em lugares desfavorecidos, com seus muros e fachadas funcionando como dispositivos de transformação”, posiciona Danilo Santos de Miranda.
Sobre a artista
Mônica Panizza Nador, natural de Ribeirão Preto/SP, é pintora, desenhista e gravadora, formada pela Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) em 1983. Especializou-se em gravura planográfica pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e realizou sua primeira exposição individual no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), em 1983.
Desde 1996, realiza um trabalho que deu à sua pintura uma nova dimensão: transcende a produção do ambiente do ateliê para colorir as paredes de casas modestas da periferia. Nador ensinou aos moradores dessas casas como utilizar técnicas de estêncil (máscaras de papel que permitem pintura seriada), com temas simples, de objetos de cozinha a animais ou plantas.
Essa proposta ganhou maior consistência quando a artista implantou, junto a outros parceiros, o Jardim Miriam Arte Clube (JAMAC), em 2004, uma associação localizada no bairro?Jardim Miriam, zona sul da capital paulista, onde, além da pintura, promove debates sobre arte e cidadania.
Sobre o curador
Bruno Oliveira é doutorando em Artes Visuais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em Estudos Interdisciplinares Latino-Americanos pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA/PR), especialista em Artes Plásticas e Contemporaneidade pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e graduado em Ciência da Computação pela Universidade Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC).
Atua na elaboração e desenvolvimento de projetos culturais que visam a colaboração e o agenciamento de diversos atores, saberes e práticas locais de territórios específicos. Neste sentido, possui experiências tanto nos campos da mediação de museus e espaços culturais, produção e gestão cultural, bem como em pesquisa, planejamento, produção e montagem de exposições artísticas.
SERVIÇO
Exposição “blz | Ocupação Mônica Nador + JAMAC”
Abertura: Dia 26/10, quarta, às 19h.
Visitação: De 27/10/22 a 26/2/23. Terças a sextas, das 9h às 21h30, sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30.
Grátis. Livre.
Local: Espaço de Exposições.
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