Alopecia Areata: conheça essa condição autoimune que causa queda de cabelo

Esse tipo de alopecia afeta milhões de pessoas em todo o mundo e requer um tratamento específico

A alopecia areata é uma condição que afeta entre 1% a 2% da população, sem distinção de sexo, raça ou idade, embora seja mais comum em pessoas com menos de 20 anos.

Diferentemente da queda de cabelo de natureza androgenética, que é hereditária e afeta uma grande parcela da população mundial, a alopecia areata pode surgir a qualquer momento e causar a queda repentina de todos os pêlos e cabelos do corpo. Além disso, essa condição está associada a uma variedade de enfermidades de natureza imunológica, incluindo tireoidites, diabetes, lúpus, vitiligo, rinites e outras.

Estima-se que até 30% dos casos de alopecia areata estejam ligados a outras doenças autoimunes, onde o sistema imunológico ataca erroneamente o próprio corpo. Portanto, ela pode se manifestar de várias formas, desde áreas delimitadas de perda de cabelo até a queda total, conhecida como alopecia totalis.

Causas e diagnóstico

O período que antecede a perda de cabelo na alopecia areata é geralmente assintomático, embora alguns pacientes relatam prurido ou queimação. As áreas afetadas podem variar em tamanho e localização, e as alterações na superfície das unhas também são comuns em muitos casos.

O diagnóstico da doença pode ser feito com base na aparência das áreas sem cabelo, mas em alguns casos pode ser necessária uma biópsia da pele para descartar outras causas relacionadas à calvície.

A causa tem um forte componente genético, com 10% a 42% dos pacientes tendo histórico familiar da condição. Diversos genes foram implicados na suscetibilidade à doença, com fatores ambientais, como o estresse, desempenhando um papel importante no desencadeamento de uma resposta imunológica anormal, a qual afeta os folículos pilosos.

Tratamento

O tratamento da alopecia areata pode variar desde injeções de corticoide até laserterapia, com o objetivo de controlar a resposta autoimune que leva à perda de cabelo. No entanto, muitos pacientes optam por outras abordagens, como sessões de terapia, prática de yoga e meditação, contato com a natureza e exercícios aeróbicos regulares para ajudar a controlar o estresse e as doenças autoimunes.

O acompanhamento psicológico é frequentemente recomendado para lidar com o impacto emocional da perda de cabelo, enquanto cuidar da alimentação e do sono pode ajudar a promover um estilo de vida mais saudável e reduzir os gatilhos que desencadeiam esse problema.

Em síntese, a jornada com a alopecia areata é única para cada indivíduo, com uma variedade de fatores genéticos, ambientais e emocionais desempenhando um papel na manifestação e no tratamento dessa condição. Com abordagens holísticas e uma compreensão mais profunda das conexões entre a alopecia areata e outras doenças imunológicas, é possível ajudar, fornecer suporte e soluções eficazes para aqueles que vivenciam essa questão.

Dra. Vanessa Machado de Almeida Mutton

Dermatologista pela UNICAMP
Transplante Capilar FUE desde 2010 / CRM 80450 | RQE 20280