Aos olhos de muita gente, o trabalho de um médico pode significar única e exclusivamente a intenção de curar seus pacientes. E não podemos dizer que essa não é uma de nossas diretrizes. Só que também não é possível que nos esqueçamos (ou que outros deixem de lembrar) que a medicina envolve um leque de muitas outras facetas.
A cura é fundamental, obviamente. Mas ela está lá no final de um processo. E a cura não necessariamente envolve apenas doenças. Pode estar relacionada à autoestima, à inseguranças, às fraquezas intrínsecas à vida, entre outros vários fatores.
Por isso, meu ofício não acontece apenas numa mesa de cirurgia, no dia da tão sonhada realização de um sonho de alguém.
O trabalho é árduo, envolve um processo. Afinal, não dá para subir uma montanha de uma vez só. É necessário treinar com antecedência, sentir as dificuldades, ter a preparação correta para o GRANDE DIA. E, depois de conquistar, ainda há de se manter os cuidados depois do sonho. Modéstia à parte, essa é uma boa analogia à cirurgia plástica, que reúne a operação em si, mas também o pré e pós operatório.
Todas as etapas são determinantes para se tornar um profissional pronto, de qualidade. Assim que alguém chega no consultório, é como se uma missão tivesse começado. Tentar entender as emoções trazidas por quem nos procura, ouvir com muita atenção, observar os detalhes: ali se inicia muito do nosso papel.
Costumo dizer que a medicina é complexa, mas também simples. Porque, em essência, estamos ali personificados em um profissional que deve amar pessoas e tentar ajudá-las por meio do esforço e capacidade que se desenvolvem ininterruptamente ao longo dos anos. Até porque um médico jamais deve dar por finalizada a saga de buscar conhecimento.
O tempo passa e continuo me orgulhando da caminhada e das lutas diárias para tentar entregar o MELHOR DE MIM àquelas que me escolhem para transformarem suas vidas. E sei que, felizmente, estou cercado por muitos que torcem e aplaudem todos os passos dessa longa estrada.