Inspirado em eventos reais, Degenerado, de Chloé Cruchaudet, é a história surpreendente de Louise e de seu marido, que se amaram e se separaram na Paris dos loucos anos 1910.
Paul e Louise se conhecem, se apaixonam e logo se casam. Paul está servindo o exército, quando a Primeira Guerra Mundial estoura e os separa. Ele quer escapar do inferno das trincheiras a todo custo e acaba se tornando um desertor, reencontrando Louise em Paris. Ele está são e salvo, mas condenado a permanecer escondido em um quarto de hotel.
Para dar fim a sua clandestinidade, Paul imagina uma solução: mudar de identidade. A partir de agora ele se chamará Suzanne.
Ao longo da narrativa são abordados temas importantes, como os traumas da guerra, o desejo de liberdade, as questões de gênero, relacionamentos abusivos, machismo, misoginia e entre outros. Todos eles são retratados por Chloé Cruchaudet com muita sensibilidade e profundidade, a fim de reconstituir a vida de Paul Grappe e Louise Land.
Em entrevista ao jornal Zero Hora, Chloé explicou que tentou se colocar no lugar dos personagens para retratar como o disfarce de Paul transformou sua personalidade de forma duradoura.
“No ensaio dos historiadores, há áreas cinzentas para as quais ofereci uma interpretação pessoal e não me censurei para mostrar a complexidade, o lado cru, para tentar ir além da história ‘engraçada’ de um homem que se disfarça de mulher”, contou Chloé.
Degenerado é baseada no livro La Garçonne et l’assassin, de Fabrice Virgili e Danièle Voldman, publicado em 2011 pela editora Payot.
Prêmio da edição 2014 do Festival de Angoulême na categoria Melhor Álbum
Grande Prêmio da Associação de Críticos e Jornalistas de Quadrinhos francesa, em 2013
SOBRE A AUTORA:
Chloé Cruchaudet estudou arquitetura e artes gráficas em Lyon e frequentou a escola de animação Gobelins. Isso fez com que ela desenvolvesse seu gosto pelo desenho in loco e trouxe uma abordagem cinematográfica para seu trabalho. Sua produção é inspirada em livros históricos ou autobiografias. Apaixonada por estudos sociológicos e testemunhos históricos, seu álbum de estreia recebeu o prestigioso Prix René Goscinny em 2008.