Esse teu cheiro tem jeito de lar, de mar, de brisa, de coisa bonita
É como as nuvens, que ao céu pertencem, teu cheiro tem jeito de que pertence a mim
A ti, a todos.
É liberdade e incerteza
É a proeza de novamente respirar
Numa vida que teima em todo dia brigar, que pensa em deixar de existir.
Ela falha, mas não fala o porquê
Te leva pra longe
Te deixa distante
Te faz adormecer
Um dia, um mês, uma vida se passa
E teu cheiro para longe, bem longe se esvai
Se torna a memória de dias sombrios
Permeia cenários de destruição
Seu cheiro se afasta do perfeito céu e das nuvens.
Para onde?
Para nunca mais?
No meio da prece só peço que volte, o cheiro, as nuvens com cor de algodão
Os nossos afagos, abraços apertados.
E como um domingo, de sol e de mar
Com calma, com alma, sem nada esperar
Seu cheiro invade, e ali permanece
Como se nunca antes fora
A minha falta de ar.