Ainda não sei, mas vou saber

26 de fevereiro de 2024

Meu (l)ar

Esse teu cheiro tem jeito de lar, de mar, de brisa, de coisa bonita

É como as nuvens, que ao céu pertencem, teu cheiro tem jeito de que pertence a mim

A ti, a todos.

É liberdade e incerteza

É a proeza de novamente respirar

Numa vida que teima em todo dia brigar, que pensa em deixar de existir.

Ela falha, mas não fala o porquê

Te leva pra longe

Te deixa distante

Te faz adormecer

Um dia, um mês, uma vida se passa

E teu cheiro para longe, bem longe se esvai

Se torna a memória de dias sombrios

Permeia cenários de destruição

Seu cheiro se afasta do perfeito céu e das nuvens.

Para onde?

Para nunca mais?

No meio da prece só peço que volte, o cheiro, as nuvens com cor de algodão

Os nossos afagos, abraços apertados.

E como um domingo, de sol e de mar

Com calma, com alma, sem nada esperar

Seu cheiro invade, e ali permanece

Como se nunca antes fora

A minha falta de ar. 

Aline Amorim

Jornalista, Pós-graduada em Acessibilidade, Diversidade e Inclusão, mãe de meninas e pets.