Nada paga a paz de estar em paz.
Procure aprimorar quem você é internamente.
O que você é por dentro, só você é. O que você tem por dentro, só você tem. E nada nem ninguém poderá tirar-lhe isso.
Se depositar sua segurança no que lhe diz respeito externamente, eventualmente descobrirá que tudo cessa. Aparências são como perfumes, por mais agradáveis e elaboradas que sejam, hora ou outra esvaem-se. Como se nunca tivessem existido.
Se optar por viver de aparências, esteja certo de que chegará o dia em que já não lhe restará nada.
Pois externamente não posso preencher um vazio que me é intrínseco.
Somente mergulhando na imensidão que eu sou é que não me afogarei no oceano das ilusões que me rodeiam.
Nenhuma fragrância pode ser tão inebriante quanto a que provém da minha essência.
Essência é vela que não queima, nó que não desfaz. Essência é o aroma que não se esvai.
Se por fora tens o cheiro do mais incrível bálsamo e por dentro da mais insalubre podridão, então o que verdadeiramente você tem?
Se me olho no espelho e somente sou capaz de enxergar um corpo, ao que é que me reduzi?
Se somente valorizo o que os olhos podem ver e o que as mãos podem tocar, estou perdido de mim mesmo.
Se me volto para dentro e ali me esqueço, curiosamente ali me encontro.
Se me lanço para fora buscando encontrar-me, onde é que eu estou? Os cinco sentidos jamais poderão atestar a direção da minha alma.
Como saber quem sou através da visão limitada dos meus olhos, incapazes de captar o brilho inerente à minha essência?
Que eu possa adentrar o que tenho em mim tão intensamente a ponto de abrir caminho para que esse brilho flua através de mim. Para que o aroma da minha alma inebrie o ambiente em que eu estou. Para que aqueles que de mim se aproximarem possam ver em mim o que a visão jamais poderá ver e sentir em mim o que o olfato jamais poderá sentir. Para que o que existe no outro reconheça o que existe em mim.