Pintura de Juliano Mazzuchini
Num Reino não tão distante…
2025.
Fevereiro.
São Paulo.
O povoado é atravessado com a notícia avassaladora. Foi descoberto um movimento popular, partidário. Como parte do todo. Que parte o todo em partes.
Um Grupo.
Um grupo seletivo.
Seleções feitas às minúcias.
Quem sim. Quem não. Quem sabe, um talvez.
Corpos.
Corpos em movimento.
Mulheres reunidas trocando em miúdos os miúdos.
As existências que valiam a pena serem atingidas e a posteriori interagidas.
Necessário era formalizar de forma criteriosa. Até que singela. Considerando a média, os níveis encontrados na vasta pesquisa de campo. Neste caso, uma seleção medíocre.
Considerado, encontrados, seria em hipérbole ovacionados.
Entrariam nela, na seleção, apenas quem fornecesse minimamente, sim, como parvas mercadorias, somente as mentes, psiques capazes.
Alguns critérios exigidos como sendo primordiais.
No topo da ilustre lista: Consciência de gênero.
Alvoroço instalado.
Motivo?
Foram selecionados da colheita, uma quantidade ínfima, beirando à infâmia.
Poucos, poucos vassalos foram capacitados e capazes.
Considerei aqui o respeito por aqueles que se colocam em desconstrução. Desenraizar de si esta fantasia identitária. Frágil. Perversa. Aonde e onde reina o querer de dominação masculina e patriarcal. Com facilidade abalada e da mesma forma, repressiva.
Sim, a fantasia do macho quiçá esteve à altura do desejo feminino. Este, a principal e mais importante ameaça à fantasia de dominação da estrutura do machismo.
Então, o que os resta?
Satirizar.
Adoecer.
Aniquilar.
Mortificar.
Por atos, pensamentos, rótulos, domínio, coisificações, ameaças ao desejo feminino.
Assim, os meninos frágeis, fragilizados e sua infantil e precária fantasia que tampona a incapacidade, o não saber, a insensatez, a primitividade, reina.
*Porque desde sempre, em toda parte, tem-se medo do feminino.
Fonte de tabus, ritos e terrores. Mal magnífico, prazer funesto, no qual o homem se sente ameaçado a submergir e o apavora, deixando-o prisioneiro do medo ancestral ao ‘segundo sexo’.
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*Marilena Chauí – Um dos maiores nomes da filosofia brasileira, https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/quem-e-e-o-que-pensa-marilena-chaui-filosofa-brasileira-contemporanea