Desde pequenas, as crianças são expostas ao dinheiro em diversos contextos, seja por meio de mesada, presentes, gastos familiares, jogos de tabuleiros ou brincadeiras com dinheiro de mentira. Porém, é importante destacar que a relação das crianças com o dinheiro pode influenciar muito na vida financeira delas no futuro.
É comum que muitas crianças desenvolvam uma visão equivocada sobre o dinheiro, acreditando que ele é infinito e que sempre estará disponível para atender seus desejos imediatos. É papel dos pais ou responsáveis ensinar a elas o valor do dinheiro e como administrá-lo de forma consciente.
A educação financeira deve começar cedo, desde os primeiros anos de vida, com brincadeiras que envolvam a troca de dinheiro de mentira por bens e serviços, por exemplo. À medida que as crianças crescem, é importante que aprendam a poupar, a planejar gastos e a controlar impulsos consumistas.
Acima de tudo é fundamental envolver as crianças nas decisões financeiras familiares, fazer com que eles se sintam pertencentes e, por que não, que suas opiniões e vontades são levadas em conta.
Aqui em casa, por exemplo, as crianças participam da montagem da lista de supermercados, por diversas vezes também nos acompanham nas compras para ajudar a decidir pelo produto e ajudam na comparação de preços, e esse é uma ótima oportunidade para ensinar o que é uma promoção, o que significa pague 3 leve 4, relação custo x benefício, entre muitas oportunidades que se criam ao fazer compras no supermercado.
A mesada pode ser uma ferramenta importante nesse processo, desde que seja utilizada de forma adequada. Ela deve ser estabelecida com base na realidade financeira da família e no que a criança precisa aprender sobre o dinheiro. Além disso, é fundamental que os pais acompanhem o uso da mesada e orientem a criança em caso de excessos.
Meu filho mais velho tem um dia específico na escola em que pode levar dinheiro para cantina. Até o ano passado ele levava R$ 20,00 para o lanche. Este ano percebeu que com R$ 20,00 já não comprava mais as mesmas coisas que comprava antes. Note que consegui aqui dar as primeiras noções de inflação para ele, e ele tem 9 anos. Outra coisa que pude ensinar é a importância de se poupar dinheiro e o valor dos juros compostos. Explico: combinei com ele que a cada real que ele trouxer de troco ou dobraria esse dinheiro, ou seja, se ao final da compra do lanche ele voltasse para casa com R$ 5,00, eu daria mais R$ 5,00 para ele guardar. Ele entendeu então que poupar é legal e que se ele investir o dinheiro aumenta… olha que lição poderosa que este menino está levando para o futuro!!
Outro ponto importante é que as crianças devem entender que o dinheiro não é o único fator determinante para a felicidade e realização pessoal. É preciso ensiná-las a valorizar outros aspectos da vida, como a amizade, a solidariedade e o tempo em família.
Por fim, é importante destacar que a relação das crianças com o dinheiro deve ser sempre saudável e equilibrada. É fundamental que os pais ou responsáveis sejam exemplos de comportamentos financeiros conscientes e que incentivem as crianças a pensar no futuro e a construir um planejamento financeiro sólido desde cedo.