Ainda não sei, mas vou saber

2 de maio de 2023

avermelhado

Lá fora o vento sopra sobre as folhas das paineiras.

Elas ainda brilham por conta da chuva que caiu há pouco.

As crianças brincam de brigar.

Aqui dentro toca o som. Um pouco de romance de Sam Smith.

Um romance que acabou.

É o fim. 

A lágrima que caiu rola sobre a face marcada pela vida.

No peito, nenhum som.

O coração bate, bombeia.

Não vive, nem sente. Não sonha, não espera.

Dói.

O sentir vem de onde? Não se sabe.

Do irracional.

Da necessidade.

Da dependência.

Do pôr do sol.

Avermelhado são eles.

O coração, a dor, o sol se pondo.

Foto de Muhammad Abdullah na Unsplash

Aline Amorim

Jornalista, Pós-graduada em Acessibilidade, Diversidade e Inclusão, mãe de meninas e pets.