Desde que me conheço por gente eu sofro pra entrar no padrão de beleza imposto pela sociedade. Nunca estive totalmente contente com meu corpo, minha pele, meu cabelo… É uma eterna briga com o espelho. Várias vezes chorei olhando em mim apenas o que não me agrada. Consequentemente isso interfere na minha autoestima, e vice-versa.
Vamos começar do começo.
Desde criança ouvimos nossas mães pontuarem aquilo que não está legal em nós: “tá gordinha, tá molenga…” e a gente cresce se criticando e querendo agradar nossa mãe. Aí viramos adolescente a culpa foi da “Capricho” (revista teen da minha época). Depois a culpa foi da “Boa Forma” (outra revista famosa, para o público mais adulto). Aí pra acabaaar de vez com tudo, veio o Instagram e com ele as pílulas de depressão diante do espelho. Minha nossa!!
Há algum tempo a gente tinha ao menos a licença poética pra estar “fora de forma” porque havia gestado mas agora meu bem, esquece! Carol Borba e outras influencers nos tiraram esse direito (risos). A mulherada mal dá à luz, já tá na academia malhando e apresentando pro mundo seu abdome trincado.
Há anos eu tento parar a minha agenda para encaixar o momento “malhação” porque afinal de contas eu achava que era isso que me faria fazer as pazes com o espelho (e detalhe: eu sou uma mulher bem próxima do padrão, diga-se de passagem. Loira, alta, olho azul – e nem por isso satisfeita.
Há uns 10 dias eu tenho me questionado MUITO sobre tudo isso!
Após ouvir um podcast com Amanda Souza no PodDelas, virou uma chavinha na minha cabeça. Amanda esbanja autoestima com seu corpão de muitos quilos e muitas dobras. Sim, completamente fora dos padrões. E ela dá uma lição de vida! Lógico que ela também já tentou se encaixar, já tomou remédio pra emagrecer e ficou 23 quilos mais magra, mas foi quando ela entendeu que não se reconhecia naquele corpo magro que tomou consciência de que não era assim que queria viver. Caiu como uma luva!
Estar no padrão não é sinônimo de estar saudável (eu sei que é clichê dizer isso)!
O que você tem feito para se manter saudável? Foi essa a pergunta que eu me fiz!
Pra ter um corpo torneado (que eu adoraria tá?!), terei que ter uma rotina de malhação que exige muito mais tempo do que eu posso dispender. No entanto, malhar, jogar, nadar ou correr pelo menos um pouquinho por dia vai me manter saudável. Eu não abro mão de ter tempo com os meus filhos, de manter minha casa muito organizada e limpa, de pensar na alimentação deles e tentar melhorar a cada dia. O tempo que a academia me exigiria para ficar “gostosa” me tiraria grande parte disso, porque além dessas coisas todas eu trabalho pra caramba! E amo.
E isso não é tudo!
Já repararam como os homens têm autoestima estando ou não dentro do padrão de beleza? Não à toa, lutamos diariamente contra o patriarcado, contra o machismo estrutural. Eles dominam o mundo ainda porque nós continuamos com a autoestima lá embaixo! Amoraaaaas, acordemos!
Te proponho o exercício que eu tenho feito: quando passar em frente ao espelho, se faça um elogio! Não se permita fazer uma crítica! Apenas se valorize! Aquela roupa que está no armário porque você não gosta de usar, aquela que marca a “bordinha de catupiry”, use-a! Você é gostosa agora! Do jeito que está! Se você quiser mudar, que seja por se amar e não por se odiar! Foque em ter saúde e não um corpo irreal. Foque em ter autoestima porque isso vai refletir em tudo! O cara com autoestima chega na balada e pega quem ele quiser, a mulher mais linda do mundo sem autoestima sai da balada sozinha se perguntando porque não encontra um par. Chega! Passou da hora de se valorizar! E não diga que “se aceita” porque isso significa que você “aceita estar imperfeita”, diga que tomou consciência de seu valor, de sua beleza e se ama! Vamos juntas?