Para entendermos o motivo de tudo o que está acontecendo agora, precisamos analisar os efeitos colaterais da pandemia, conhecido como “efeito dominó”.
Pandemia foi um grande divisor de águas neste segmento. Podemos definir em 3 etapas:
1 – PRÉ – PANDEMIA – até início de 2020.
A grande maioria dos clientes procurava o carro novo, indo pessoalmente nas lojas de amigos, conhecidos ou nas grandes referencias da cidade. Fazia uma analise de modelos e opções disponíveis ais quais teve acesso. Uma pequena parcela, fazia uma pesquisa sobre pros e contras do modelo que mais gostou antes de fechar o negocio
2 – DURANTE A PANDEMIA – 2020 até 2021.
Nos primeiros meses, a incerteza tomava conta de todos, mesmo tendo a esperança de que em breve acabaria toda aquela angústia. As lojas permaneceram fechadas e a grande maioria dos clientes estavam “queimando” os carros para capitalizar recursos focando apenas na sobrevivência. Após um ano mais ou menos, quando o mercado começou a “normalizar”, o cenário inverteu totalmente as posições. Carros zero km com a produção paralisada, o preço disparou, tabela FIPE aumentando mês a mês, mercado de seminovos teve seu maior auge de todos os tempos. Pessoas estavam sem sair de casa, sem viajar, sem momentos de lazer, por muito tempo, passando o susto da pandemia, voltaram a investir na família, viagens para lugares próximos e como o brasileiro adora carros, o segmento aqueceu de forma muito rápida. Muita oferta e pouca demanda, com os preços nas alturas. Lojistas escolhiam para quem desse a melhor oferta. Carros super novos e com baixo km valiam ouro. Pegavam o carro da troca pela tabela FIPE e revendiam muito acima, no mês seguinte a tabela subia, tendo um reajuste positivo, aumentando cada vez mais a margem da lucratividade.
3 – PÓS – PANDEMIA – início de 2022.
Os valores praticados estavam muito fora da realidade, começo de 2022 o mercado começou a reajustar os preços. Tabela FIPE caindo mês a mês, bruscamente. Sendo um ano muito desafiador. As vendas estavam acontecendo devagar, lojas diminuindo funcionários e enxugando as despesas, foi um ano de ajustes operacionais. Inicio de 2023 as vendas caíram significativamente, a indústria executando a principal estratégia nos momentos de baixa, férias coletivas para equilibrar a produção com o volume de vendas cada vez menor.
A economia percebendo o mercado em queda, teve uma ajuda recente do governo com um aporte financeiro de R$ 650 milhões, concedendo benefícios para alguns modelos específicos de veículos zero km. O mercado teve uma aceitação favorável, tendo uma estimativa de 125 mil carros vendidos com estes benefícios. Esta manobra, ajudou bastante as montadoras a reduzir significativamente o estoque dos carros, tendo em vista carros populares com valores mais acessíveis ao consumidor.
Primeiro semestre 2023 encerrou de forma positiva, taxa SELIC mantem na casa dos 13%, ocasionando um juros alto para financiamentos. Mercado está otimista para os próximos meses, vários lançamentos estão previstos, tendo em vista carros com motor turbo (ótima potência com baixo consumo) e a tendencia continua sendo os veículos eletrificados.