Agaquê

4 de abril de 2023

Sessenta primaveras no inverno

Nas últimas semanas, um vídeo com três estudantes debochando de uma colega viralizou nas redes sociais e virou pauta dos principais jornais do país. Nas imagens, elas alegam que a aluna, por estar acima dos 40 anos, já deveria estar aposentada e não frequentado a faculdade. O caso ocorreu em uma universidade particular de São Paulo, mas escancara uma realidade que afeta pessoas em todo o mundo.

O etarismo, nome dado às práticas discriminatórias realizadas contra uma pessoa com base em sua idade, tem se mostrado cada vez mais recorrente. Especialmente, em uma sociedade em que nossas habilidades, sonhos e conquistas possuem prazo de validade, e a juventude é supervalorizada. Mas, será que existe idade para recomeçar?
Em Sessenta primaveras no inverno, Aimée de Jongh e Ingrid Chabbert responderam essa pergunta ao lidar com o tabu da mudança de vida e da sexualidade, após os 60 anos, em uma obra surpreendente.

Sede de recomeço

Aos 60 anos, Josy anuncia ao marido e aos filhos que vai embora. No volante de sua velha kombi, é ela quem dita os rumos de sua vida, após anos sem pensar de verdade em si mesma. É hora de recomeçar, de ser livre. Porém, a decisão de partir não é bem recebida pela família, que pensa que Josy está sendo apenas individualista.
A emancipação feminina ganha outro contorno, poético e moderno, em Sessenta primaveras no inverno. Mais do que quebrar os estigmas impostos pelo etarismo, que afetam pessoas de todos os gêneros, a graphic novel também propõe uma reflexão sobre a forma distinta como a sociedade reage a determinadas atitudes de homens e mulheres.

Por que não uma história de amor?

Redescobertas, novas amigas, hábitos e até mesmo um novo amor. Através de Josy descobrimos não só os desafios que envolvem a decisão de recomeçar a viver após os 40 anos, mas também os prazeres.
O quadrinho desenvolve também um romance inesperado, que quebra tabus e estereótipos, reforçado pela fabulosa arte de Aimée De Jongh.

Sobre as autoras:

Sessenta primaveras no inverno é o primeiro quadrinho da parceria entre Aimée De Jongh e Ingrid Chabbert. De Jongh já é conhecida pelos brasileiros, com o elogiado Dias de Areia, enquanto a prolífica Chabbert não possuía títulos voltados a leitores adultos publicados no Brasil, até então. A história de Josy garantiu à dupla a indicação ao prêmio BD Fnac France Inter 2023 e à seleção de “Quadrinhos imperdíveis de 2022” da prestigiada Association des Critiques et journalistes de Bande Dessinée (ACBD).

Depoimentos:

Esta graphic novel é uma excelente leitura! Consegue misturar sutilmente a luta pela emancipação da mulher com a poesia e a suavidade dos desenhos.
Elodie Métral, Paris Match

“A crise dos 60 anos não é apenas masculina. O final [de Sessenta primaveras no inverno] é soberbo, surpreendente, preciso, com um excelente desenho de Aimée de Jongh.”
Ligne Clair (www.ligneclair.info)

“Aos 60 anos de idade, Josy romperá voluntariamente com sua vida passada. Para o melhor ou para o pior. Uma HQ em sintonia com os tempos atuais.”
Eric Rubert, Unidivers.fr

“O bom desempenho de Aimée de Jongh confirma que cada novo lançamento da autora vale a pena ser seguido. Tanto pelo seu talento como contadora de histórias como pela sua direção artística, sempre bem escolhida.”
M. Moubariki, BDGest

“Um aniversário que, mais do que uma ruptura, marca o início de uma nova vida, que não é tão fácil como se esperava.”
Patrick Seghi, La Voix du Nord (www.lavoixdunord.fr)

“Com Sessenta primaveras no inverno, Ingrid Chabbert apresenta uma história original, inesperada e comovente. Ela mostra que não há idade para mudar a vida e a orientação sexual de uma pessoa. O desenho suave, preciso e emocional de Aimée de Jongh ilustra perfeitamente a saga de Josy. Uma descoberta muito agradável!”
Metro (www.fr.metrotime.be)

Páginas: 120 • Formato: 20 x 28 cm • Acabamento: brochura • Título original: Soixante printemps en hiver • ISBN: 9788582865811 • Código: 38448 • Categoria(s): Histórias em Quadrinhos & Graphic Novel • Editora Nemo • Edição: 1 • Mês/Ano de publicação: 03/2023 • Primeira edição: 03/202

Paulo Lisboa

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Sou pesquisador, leitor e trabalho com quadrinhos desde 2008. Editei e diagramei mais de 50 títulos como freelancer para editoras nacionais, entre eles The Walking Dead / Os Mortos-Vivos, Spawn, Concreto, The Rocketeer, entre outros.

Em 2015 junto com alguns amigos, lançamos a Editora EDDA e publicamos “Biosfera Poética” e “Mishto” e participamos das principais feiras do meio como FIQ em Belo Horizonte-MG, Comic Expo em Santos-SP e Ilustradoria em Sorocaba-SP.

Fui palestrante no 1 CONAHQ – Congresso Nacional de Histórias em Quadrinhos (2016 – Recife-PE) com o tema “Nos Bastidores de uma HQ e para a Universidade Belas Artes (2020 – Sorocaba-SP) com o tema “Bastidores da diagramação de quadrinhos”.

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